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Aécio: "Que venha 2017! Feliz Ano-Novo a todos"




Folha de São Paulo
Coluna: Aécio Neves


Não há alternativa a não ser acreditar e seguir em frente

2016 foi um daqueles anos que pareciam não terminar nunca, tal a safra de más notícias e saldos preponderantemente ruins. Fatos que impactaram negativamente as expectativas sobre o novo ano que floresceu há um dia —e o tornaram ainda mais desafiador— e reduziram drasticamente a confiança no futuro.

Em breve retrospectiva, ninguém imaginava, na mais pessimista das análises, que o desastre tomaria a proporção e a gravidade que tomou. Tudo ficou mais complexo e difícil porque os problemas não estão no verniz. São estruturais e estão enraizados, após anos e anos de leniência e procrastinação com o que precisava ser feito.

Assim, não há por que esperar por soluções simples ou saídas fáceis, tampouco rápidas, depois de um trecho tão longo de equívocos, desvios e falhas graves acumuladas.

As enormes dificuldades previsíveis para 2017 não mudarão, no entanto, o que o ano guarda em si mesmo: a hipótese de ele vir a representar um marco, um ponto fora da curva, um recomeço emblemático após a tormenta das crises diversas e a agudeza deletéria de algumas delas, em especial a que ceifou milhões de empregos e reduziu consideravelmente a renda do brasileiro.

Enquanto fazemos a arrumação da casa revirada, é importante reconhecer que partimos agora de um patamar bem diferente, inédito. Uma nova consciência nacional nasceu nas ruas e decretou que não há mais espaço para o ufanismo populista, para gestões demagógicas de salvadores da pátria ou para quem se limita à administração diária da pobreza em vez de buscar a sua superação. Os dados do IBGE estão aí para quem quiser ver. A tão alardeada "Nova Matriz Econômica" redundou em estrondoso atraso. O pouco que avançamos em mais de uma década esvaiu-se em um sopro de instabilidade e voltamos a patinar como no passado.

Mas há outros deveres não menos importantes. Precisamos deixar definitivamente de ser o país em que há leis que "pegam" e as que "não pegam" ou que não alcançam a todos. O Estado presidencialista vertical não pode continuar decidindo tudo. Somos, afinal, uma federação e ela precisa existir de fato e de direito, e não apenas como conceito. Os governos têm que prestar contas sobre decisões, gastos, retornos, alcances, qualidade e efetividade dos serviços e dos investimentos públicos, em um regime de drástica austeridade e total transparência.

Quando se olha para tudo o que é necessário fazer —e algumas coisas fazer de novo—, não há alternativa a não ser acreditar e seguir em frente. É preciso que tenhamos aprendido com os erros para, mais preparados, enfrentarmos o que ainda está por vir. É hora de esperança e fé. 

Que venha 2017! Feliz Ano-Novo a todos.

Aécio fala sobre a esperança de um novo tempo





Aécio Neves - Jornal Estado de Minas - 31/12/2016




O difícil ano de 2016 vai finalmente chegando ao fim. Enfrentamos as consequências de uma herança maldita deixada pelos governos do PT, marcada por desemprego recorde, inflação e a maior recessão da história, que afetou a todos os brasileiros.


Mas, por outro lado, 2016 também foi um ano importante para demonstrar a força das instituições.


Por isso, nesse momento, precisamos renovar o nosso compromisso e a nossa esperança em um novo Brasil. A autoestima do nosso povo está alquebrada, as condições materiais estão dificílimas e a confiança em um futuro melhor ainda não renasceu com o vigor necessário. Mas o país pode e precisa ser mais forte que tudo isso.


Cabe a nós construir as pontes capazes de nos conduzir a um novo tempo. Nossas chances de sucesso serão tanto maiores quanto mais realistas e conscientes formos em relação à severidade das condições que precisamos superar.


A tarefa está longe de ser simples. O Brasil é hoje o resultado de uma combinação perversa de gestões marcadas pelo descalabro, pela irresponsabilidade e pela corrupção. Apenas com uma grande união nacional haverá chance de virarmos definitivamente esta página lamentável da nossa história.


Não podemos permitir, em momento de tamanha gravidade, que interesses individuais, partidários ou eleitorais se imponham.


Nosso foco, mais do que nunca, precisa ser a população brasileira, em especial a mais fragilizada. Os ajustes que precisam ser feitos devem levar em conta uma agenda social que defenda os mais pobres e priorize os milhões de desempregados e suas famílias.


O Brasil exige de nós, sobretudo, coragem. Muitos dos sistemas, modelos, paradigmas que sobreviveram até agora já se comprovam exauridos. O país está vergado sob o peso de entraves e injustiças que simplesmente não têm mais como continuar existindo.


Devemos enfrentar os desafios com responsabilidade. O povo brasileiro tem pressa, exige respostas e soluções. Cobra respeito. E está certo.


Nossa tarefa é fazer com que este Brasil que precisa nascer venha finalmente à luz e sepulte, definitivamente o Brasil da impunidade e dos privilégios. Basta de sermos apenas o "país do futuro", que nunca chega.


Nosso país tem imensas possibilidades. Nosso povo tem a fibra necessária para superar as mais intransponíveis dificuldades, do que é prova nossa própria sobrevivência em um cotidiano de imensos obstáculos. Nossas instituições têm exibido a robustez necessária para equilibrar os naturais conflitos.


Se o governo, todos os governos fizerem a sua parte, se houver um esforço verdadeiro de toda a sociedade, se prevalecer o interesse real em torno do bem comum, nossa chance de êxito torna-se bem maior. Que estaesperança alimente nossas forças e nossas convicções e mova nossas ações em favor da construção de um novo Brasil.





Feliz 2017 para você e sua família.

Aécio : "O ano novo nasceu velhíssimo"


Ano Velho
Aécio Neves / Folha de São Paulo

A sensação geral dos brasileiros é a de que 2015 teima em não terminar. Os problemas continuam os mesmos e vão se agravando todos os dias. Os desafios também, sempre maiores do que eram, na medida em que vão se acumulando e emperrando as raras portas de saída da crise.

A verdade é que este é um janeiro como poucas vezes já vimos. Depois de as festas tradicionais de fim de ano sofrerem um necessário ajuste e as viagens de férias minguarem a olhos vistos, quase 60 milhões de brasileiros estão no vermelho, atingidos pela inadimplência, pelo desemprego, pela inflação de dois dígitos e pelo peso crescente de impostos.

Além de preços que sobem sem parar, as tarifas públicas, que passaram anos manipuladas pelo governo com fins eleitorais, continuam a alta iniciada logo após as urnas da última eleição serem fechadas.

Energia, combustíveis -pagamos caro pela gasolina e pelo diesel no mesmo momento em que o preço do petróleo cai avassaladoramente no mundo todo- e transporte público movem o dominó da carestia, que ganha escala.

Os juros, os mais altos do mundo, devem subir de novo nesta semana. Também estão mais elevadas as taxas para o financiamento imobiliário, mais caro e escasso o crédito. Enfim, tudo ficou mais difícil.

Some-se a essas dificuldades a realidade expressa na execução orçamentária do governo no ano passado, que reflete a ausência de investimentos em áreas essenciais, para termos uma dimensão mais completa dos desafios.

Seguramente o mais grave e mais preocupante é o aumento do desemprego. Em pouco mais de um ano, o exército de brasileiros sem trabalho ganhou mais 2 milhões de pessoas. É certo que, infelizmente, o que já está bastante ruim ainda vai piorar.

É difícil encontrar esperança num cenário em que a economia pode ter despencado 4% no ano passado e deve cair mais 3% neste ano. São números que adiam o futuro de milhões de brasileiros.

Não foi apenas o ano novo que nasceu velhíssimo. As mesmas contradições e incoerências que nos trouxeram até aqui parecem continuar a orientar as ações do governo.

O Brasil precisa, mais do que nunca, de responsabilidade, contenção de desperdícios, transparência, segurança jurídica, foco em prioridades e, acima de tudo, clareza em relação às escolhas feitas e ao rumo definido. É essencial um esforço efetivo para recuperar a confiança perdida.

Sem isso, não há caminho para o crescimento. E sem crescimento, não há saída para a crise de governança em que o PT mergulhou o país. Espera-se que o governo, em benefício das atuais e, em especial, das futuras gerações, não insista em enveredar pelos mesmos e equivocados caminhos que nos trouxeram à catástrofe atual.
http://dropsmisto.blogspot.com

Aécio sobre o Ano Novo: "Teremos o 2016 que soubermos construir"


Ano Novo

Aécio Neves / Folha de São Paulo

Em tempos difíceis, o cultivo da esperança implica renovar o nosso estoque de confiança na humanidade. É preciso acreditar que podemos fazer melhor do que já fizemos. Essa é uma boa forma de começar o ano novo.

O ano que passou foi dramático, no mundo e no Brasil. A imagem do menino sírio inerte nas areias da praia turca escancarou a tragédia dos refugiados do Mediterrâneo –e estamos longe de equacionar este drama. Já são mais de 60 milhões os refugiados e deslocados no planeta em função de conflitos étnicos, tribais e políticos.

Não há como não se comover com o retrato de nossa impotência em conter os desmandos e a intolerância que tornam insuportável a vida para boa parte da população mundial. Mas a comoção não basta. Da mesma forma, quando extremistas fanáticos perpetram atos abomináveis de violência, seja na Síria, na Nigéria ou na França, somos conclamados a agir.

Agir significa cuidar do que está ao nosso redor. Dizer não ao radicalismo e à barbárie implica compromisso com a vida, a dignidade, a justiça. Ao longo de 2015, vivemos episódios lamentáveis no Brasil, como a tragédia ambiental de Mariana, a maior de nossa história, e o massacre rotineiro de nossos jovens, como o assassinato de cinco inocentes fuzilados numa triste noite brasileira.

Encerramos o ano imersos no fracasso econômico, fruto de uma gestão política temerária e equivocada. Demos vexame em crescimento, empregos, inflação e equilíbrio fiscal, a ponto de sermos rebaixados e perder o título de bons pagadores.

Sofremos, agora, com uma epidemia de microcefalia que promete ser uma das maiores crises da história da saúde pública no país.

No entanto, as ruas mobilizadas de paixão e vontade, de um lado, e a solidez de nossas instituições, de outro, são indicadores de que nem tudo está perdido.

Mesmo o mundo nos deu boas novas, como o reatamento das relações entre EUA e Cuba e as eleições na Argentina e Venezuela, que sinalizam um distanciamento das ideologias populistas que acabam prejudicando justamente aqueles em cujo nome dizem agir. Há pouco tempo, a Conferência Mundial do Clima terminou com um acordo histórico. São sinais que devem nos animar.

A decisão recente do papa Francisco de canonizar Madre Teresa de Calcutá, Nobel da Paz em 1979 e símbolo maior da caridade e da dedicação desmedida aos esquecidos do mundo, nos enche de esperança nestes dias propícios à reflexão.

Sim, podemos fazer mais. Escassas, as boas notícias devem ser construídas com obstinação, coragem, generosidade. Façamos o bem e o certo. Com gestos e atitudes. Com escolhas. Sempre em direção a uma sociedade mais justa e solidária. A um futuro melhor.

Teremos o 2016 que soubermos construir.