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Aécio: "Infelizmente, o Brasil parece só funcionar no improviso do curto prazo"



O Desafio da Seca



Artigo do senador Aécio Neves para o jornal Estado de Minas - 25/03/2017

Já lá se vão mais de 500 anos, desde que o escrivão Pero Vaz de Caminha lavrou a carta inaugural da presença colonizadora no país. “Águas, são muitas, infindas”, ele relatou à corte portuguesa. A fartura hídrica é mesmo espantosa. O país ostenta a maior bacia hidrográfica do planeta e a maior planície alagável do mundo, entre outras referências superlativas. No entanto, em pleno século 21, no que se refere à gestão deste patrimônio único de água doce, o Brasil ainda apresenta um atraso secular.

A seca que assola algumas regiões do país é o retrato de uma calamidade recorrente. Entre 2003 e 2015, os casos de seca que levaram a decretos de situação de emergência ou calamidade pública no país cresceram 409%, segundo a Agência Nacional de Águas. O Nordeste vive a sua pior crise de estiagem dos últimos 50 anos, com a devastação de várias culturas agrícolas e criações de animais. Até mesmo o Distrito Federal foi obrigado a adotar o racionamento de água desde o início do ano.
Em Minas, prefeitos do Vale do Mucuri estão pleiteando junto ao governo federal o refinanciamento das dívidas dos produtores rurais com a União. Em encontros realizados esta semana, ouvi o relato contundente do impacto da seca que vem atingindo a região – parte importante do rebanho local foi dizimada, o desemprego avançou e os municípios registraram alta queda na arrecadação. 

Infelizmente, o Brasil parece só funcionar no improviso do curto prazo. Em momentos de crise, anuncia-se a criação de poços artesianos, o transporte de carros-pipa e a realização de obras emergenciais. Os problemas são mitigados à custa de muito sacrifício das populações e do socorro prestado pelos bancos públicos. É preciso fazer diferente.
 A gestão hídrica deve ser necessariamente uma política de Estado, planejada e permanente. Há inúmeros bons exemplos no mundo de que é possível conviver com a aridez do solo e manter atividades produtivas o ano todo, como é o caso de Israel, país líder na reciclagem de águas residuais (esgoto doméstico) para utilização na agricultura.

Não há solução fácil para a questão hídrica, tal a complexidade de fatores envolvidos. O crescimento populacional e a urbanização acelerada, a industrialização, a expansão da agricultura e as mudanças climáticas são eventos que contribuem diretamente para a escassez dos recursos hídricos. Ao mesmo tempo, o país convive com desafios muito diversificados, como a destruição de florestas nativas, o desperdício na distribuição e no consumo de água, a falta de infraestrutura e de investimentos em áreas como abastecimento e saneamento público, para citar apenas alguns.


Um bom caminho parece exigir a convergência de ações de conservação do patrimônio natural, o uso de boas tecnologias e a adoção de práticas sustentáveis de administração da água, pautadas em planejamento rigoroso. Acima de tudo, precisamos de boas políticas públicas e de uma gestão comprometida com bons resultados. Afinal, nossos recursos podem ser enormes, como bem avaliou o primeiro escriba português, mas são finitos e devem ser preservados como um ativo valioso para as presentes e futuras gerações.

Sem prestígio,Governo Pimentel não consegue recursos para obra contra sêca



Início. Obras para captação no rio Paraopeba já começaram, mas com recursos do próprio Estado

Verba para combater crise hídrica ainda não foi repassada

Governo de Minas alocou recursos próprios para iniciar obras


ANGÉLICA DINIZ/OTEMPO

Seis meses se passaram desde que o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), anunciou o total apoio do governo federal com investimentos nos projetos para resolver a crise de abastecimento de água no Estado. Um montante de R$ 809 milhões para diversas intervenções foi prometido pelos secretários Helvécio Magalhães (Planejamento e Gestão) e Murilo Valadares (Transportes e Obras), após reunião em Brasília com representantes dos ministérios da Integração Nacional, Cidades e Planejamento.

“Voltamos com a garantia de todo apoio da União. Fizemos um grande esforço nas últimas semanas e elaboramos um diagnóstico com todas as ações e projetos de cada secretaria e órgão do governo que trata direta ou indiretamente da questão hídrica. O governo federal reconheceu isso e se prontificou a ajudar o governo de Minas no que for necessário”, disse em fevereiro o secretário de Estado e coordenador da força-tarefa que gerencia a crise hídrica, Helvécio Magalhães.

Pelo menos até agora, a promessa não foi cumprida e nenhum real sequer foi repassado a Minas. Tanto que a obra de captação de mais 5 m³ por segundo do rio Paraopeba, em Brumadinho, para reforçar o reservatório do rio Manso – um dos principais responsáveis pelo abastecimento da capital e região metropolitana – estava dentro do pacote a ser bancado pelo governo federal. A execução, no entanto, teve início somente no mês passado, após o governo de Minas aportar recursos próprios de R$ 128,4 milhões para a obra que, segundo a Companhia de Abastecimento de Minas Gerais (Copasa), vai resolver o problema de abastecimento de Belo Horizonte e região pelos próximos 25 ou 30 anos.

O governo de Minas não quis se manifestar sobre as obras levadas a Brasília e nem para quando está previsto o repasse. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Estado se limitou a informar que apresentou diversos projetos ao governo federal para solucionar problemas relativos à crise hídrica. “O governo federal está avaliando todos eles”, diz a nota enviada à reportagem.

Ainda em janeiro, o secretário Murilo Valadares chegou a citar algumas intervenções necessárias. “A médio prazo, estamos olhando obras para o rio Taquaraçu, que é mais importante que o rio Jaboticatubas. Estamos vendo a possibilidade de fazer uma barragem no rio das Velhas e também tem outra captação no rio Paraopeba de mais um metro cúbico para Serra Azul”, explicou. A longo prazo, o governo estadual planeja reforçar a captação de água no rio das Velhas com a construção de reservatórios e estudos para captação na bacia do rio Jaboticatubas.

Os ministérios da Integração Nacional, Cidades e Planejamento foram procurados pela reportagem, mas disseram ser difícil conceder informações sem a relação das obras, negada pelo governo estadual.

Planalto esquece da seca do norte de Minas

União contra a seca de verbas

Diante de uma das maiores secas dos últimos 40 anos, municípios do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha organizam caravana a Brasília para cobrar da bancada federal e do Ministério da Integração Nacional o reconhecimento de mais 55 cidades mineiras como integrantes do polígono do semiárido. Segundo levantamento da associação, se os 55 municípios passassem a integrar o polígono, 1 milhão de pessoas seriam beneficiadas, quase a metade da população do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha.
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Estado de Minas

Anastasia cobra da Copasa projeto de atendimento aos 168 municípios com problemas de sêca

Copasa para a seca
Assim com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), o governo do estado volta suas atenções para melhorar o atendimento aos atingidos pela longa estiagem, anunciando a criação de uma estrutura voltada para a realização de estudos e projetos que permitam a convivência com a seca, já levando em conta os efeitos das mudanças climáticas. Esse trabalho será desenvolvido por uma subsidiária da Companhia de Água e Saneamento (Copasa)
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A informação foi dada ontem pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) durante reunião gerencial em Montes Claros, no Norte de Minas, onde foram apresentadas as ações governamentais realizadas para a região: em destaque as medidas de combate à seca, que atinge 168 municípios do Norte e dos vales do Jequitinhonha e do Mucuri.

Estado de Minas

Gov. Anastasia leva água realmente aos atingidos pela seca



Em Minas, caminhões-pipa têm GPS para evitar uso eleitoral

 Desde o mês passado, caminhões-pipa que distribuem água nas áreas atingidas pela seca no norte de Minas Gerais circulam com aparelhos de GPS. A novidade já está em todos os 152 caminhões contratados atualmente pelo governo do Estado. O objetivo é saber se os veículos estão realmente percorrendo localidades que precisam de água e ao mesmo tempo evitar uma prática que desafia o tempo: a troca de água por voto.
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O governo Antonio Anastasia (PSDB) não comprou os GPS. Firmou um contrato de R$ 108 mil com uma empresa privada, a CST Desenvolvimento de Software e Captura de Dados pelo aluguel dos aparelhos e elaboração de relatórios sobre o percurso dos caminhões. 
Os recursos usados no contrato são parte de um repasse de R$ 10 milhões do governo federal para a ajuda emergencial às comunidades atingidas pela seca.

Valor Econômico