Sem prestígio,Governo Pimentel não consegue recursos para obra contra sêca



Início. Obras para captação no rio Paraopeba já começaram, mas com recursos do próprio Estado

Verba para combater crise hídrica ainda não foi repassada

Governo de Minas alocou recursos próprios para iniciar obras


ANGÉLICA DINIZ/OTEMPO

Seis meses se passaram desde que o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), anunciou o total apoio do governo federal com investimentos nos projetos para resolver a crise de abastecimento de água no Estado. Um montante de R$ 809 milhões para diversas intervenções foi prometido pelos secretários Helvécio Magalhães (Planejamento e Gestão) e Murilo Valadares (Transportes e Obras), após reunião em Brasília com representantes dos ministérios da Integração Nacional, Cidades e Planejamento.

“Voltamos com a garantia de todo apoio da União. Fizemos um grande esforço nas últimas semanas e elaboramos um diagnóstico com todas as ações e projetos de cada secretaria e órgão do governo que trata direta ou indiretamente da questão hídrica. O governo federal reconheceu isso e se prontificou a ajudar o governo de Minas no que for necessário”, disse em fevereiro o secretário de Estado e coordenador da força-tarefa que gerencia a crise hídrica, Helvécio Magalhães.

Pelo menos até agora, a promessa não foi cumprida e nenhum real sequer foi repassado a Minas. Tanto que a obra de captação de mais 5 m³ por segundo do rio Paraopeba, em Brumadinho, para reforçar o reservatório do rio Manso – um dos principais responsáveis pelo abastecimento da capital e região metropolitana – estava dentro do pacote a ser bancado pelo governo federal. A execução, no entanto, teve início somente no mês passado, após o governo de Minas aportar recursos próprios de R$ 128,4 milhões para a obra que, segundo a Companhia de Abastecimento de Minas Gerais (Copasa), vai resolver o problema de abastecimento de Belo Horizonte e região pelos próximos 25 ou 30 anos.

O governo de Minas não quis se manifestar sobre as obras levadas a Brasília e nem para quando está previsto o repasse. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Estado se limitou a informar que apresentou diversos projetos ao governo federal para solucionar problemas relativos à crise hídrica. “O governo federal está avaliando todos eles”, diz a nota enviada à reportagem.

Ainda em janeiro, o secretário Murilo Valadares chegou a citar algumas intervenções necessárias. “A médio prazo, estamos olhando obras para o rio Taquaraçu, que é mais importante que o rio Jaboticatubas. Estamos vendo a possibilidade de fazer uma barragem no rio das Velhas e também tem outra captação no rio Paraopeba de mais um metro cúbico para Serra Azul”, explicou. A longo prazo, o governo estadual planeja reforçar a captação de água no rio das Velhas com a construção de reservatórios e estudos para captação na bacia do rio Jaboticatubas.

Os ministérios da Integração Nacional, Cidades e Planejamento foram procurados pela reportagem, mas disseram ser difícil conceder informações sem a relação das obras, negada pelo governo estadual.