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Em artigo, Aécio fala do Dia dos País

Aécio Cunha com seu filho Aécio Neves 


Fonte: Folha de S.Paulo - 12/08/2013 - Coluna de Aécio Neves
Link para assinantes: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/123537-dia-dos-pais.shtml

Dia dos Pais


Aécio Neves

Escrevo na manhã de domingo (11), enquanto espero pelo almoço com minha filha.

Acabei me decidindo por esse tema em função do simbolismo da data que, apesar de tão esmaecida pelo viés comercial, acaba por reforçar a constatação da velocidade dos dias e da inevitável dificuldade que muitos de nós temos em priorizar tempo, compromissos, desejos e expectativas.

Por mais diferente e única que seja cada experiência, existem algumas questões que, em maior ou menor grau, são comuns a todos os que experimentam o sentimento da paternidade.

E algumas delas foram agravadas no Brasil de hoje.

A primeira, mais óbvia, é o temor de que, em algum momento, nossos filhos acabem alcançados pela alarmante e dramática violência que se abate sobre a nossa ju-ventude. Trata-se de uma tragédia de muitas faces, entre as quais se destacam os homicídios e os acidentes de trânsito, contados aos milhares por ano, e que justificam os temores e apreensões de tantos pais e mães.

Outra preocupação é o alto desemprego entre os jovens, que destoa do discurso do pleno emprego tão alardeado pelo governo. A taxa para quem tem entre 16 e 24 anos está quase três vezes acima da média, pontuando em 15%, o que confirma que ainda devemos a eles novas portas de oportunidades para que possam construir suas vidas profissionais e conquistar sua preciosa autonomia.

A mim preocupa, sobretudo, o desafio de construção de um senso ético que faça sentido para as novas gerações e que, para ser coletivo, precisa ser, antes de tudo, individual.

Para os nossos filhos, o mundo virtual é o mundo real e chama a atenção o crescimento de relatos de bullying, da cruel e gratuita exposição da privacidade provocada por amigos na internet. Infelizmente, estão longe de constituir episódios isolados e parecem apontar para uma triste e desrespeitosa banalização das relações humanas.

Há uma geração que precisa ser ouvida para ser fortalecida em seus valores e identidades, desafio que se impõe à sociedade como um todo.

Recente pesquisa do Ipea, realizada com 10 mil jovens em todo o Brasil, mostra a forte sintonia da juventude brasileira com o conjunto de reivindicações da população: educação de qualidade; melhoria dos serviços de saúde; acesso a alimentos; governo honesto e atuante; proteção contra o crime e a violência; melhores oportunidades de trabalho; transporte eficiente e estradas.

Mas é Dia dos Pais.

Pai é para sempre. Mesmo quando não está mais entre nós. Por isso, dedico a coluna desta segunda-feira especialmente àqueles que, como eu, ainda não se acostumaram com a cadeira vazia no almoço de domingo.

AÉCIO NEVES escreve às segundas-feiras nesta coluna.

O Aécio pai

O Aécio pai

Por Aristóteles Drummond em 02/12/2011
Percorrendo a Internet, encontrei um blog de admiradores do senador Aécio Neves. E, nele, estava um artigo publicado em Belo Horizonte, em que o político mineiro falava do pai, que havia morrido no dia da eleição que o elegera senador da República, no ano passado.
Tive a oportunidade de conhecer Aécio Cunha, tendo convivido com ele por quase trinta anos, mais assiduamente nos últimos doze, quando ambos participávamos de conselhos da CEMIG. Um encontro sempre marcado pelo afeto, pelas afinidades, pelo passado político comum, mas, sobretudo, pela percepção de que se estava diante de uma personalidade muito especial, na correção, no rigor consigo próprio, no amor à verdade e ao bom senso.
Deixou exemplos marcantes, como quando renunciou à nomeação para o Tribunal de Contas da União, ao resolver deixar a cadeira de deputado federal, que ocupava pela terceira vez, e que fora de seu pai, Tristão, em favor do filho. Noticiário maldoso o aborreceu a ponto de abrir mão do honroso cargo para ele, e muito disputado por outras personalidades. Mais adiante, membro do Conselho de Administração de Furnas, ao final do primeiro mandato do presidente Lula, renunciou em função do filho, governador de Minas, apoiar outro nome na sucessão presidencial. Mais adiante, contrariando todos os pareceres jurídicos, achou-se moralmente obrigado a renunciar ao Conselho da CEMIG, em função da chamada lei do nepotismo. Não o atingia a lei, uma vez que a empresa é sociedade de capital aberto e não depende de nomeação do Estado, mas, sim, dos acionistas.
Durante o tempo em que foi genro de Tancredo Neves e com ele morava em Brasília, tinha uma amizade efetivamente familiar, embora ambos deputados federais da bancada mineira, mas o sogro na oposição, MDB, e o genro da situação, ARENA-PDS. A diferença partidária nunca foi questão que afetasse sua relação com o sogro e com os filhos.
O artigo do senador Aécio Neves Cunha sobre a perda do pai é uma página rica de emoção, de lições, de compromissos implícitos. Colocam diante do leitor o lado humano e afetuoso, importante na avaliação de um homem público, que não precisa ser um frio político, mas saber conciliar as responsabilidades da vida pública com os sentimentos e qualidades de quem sabe dar valor à família e a seu significado na vida.
Essas e outras coisas realmente fazem o diferencial do político que hoje encarna a esperança das forças vivas da nacionalidade numa mudança para melhor no Brasil. São estas marcas que trás do berço, do amor a pai cativante na bondade, as lições políticas do avô sábio e a experiência de um governo que foi dinâmico, realizador e nem por isso deixou de atender ao social com grande ênfase.
Infelizmente, a qualidade de nossos homens públicos é isso que se vê no noticiário diariamente. Mas a geração dos grandes exemplos, como o pai e os dois avós de Aécio, encontra renovação nele e em outros jovens que podem se constituir em uma alternativa válida de poder.
A sociedade hoje está atenta. Por vezes até peca, mas está certa em pressionar pelas leis que coíbam a ação perversa de políticos, para que exemplos como o que se vê em Brasília, onde a emenda está saindo quase pior do que o soneto, não se tornem rotina. No Rio, surgiu um site de jovens para acompanhar as contas publicas e os serviços prestados a população pelo Poder Público. Entre seus fundadores e dirigentes, o jovem Miguel Corrêa do Lago, bisneto de Oswaldo Aranha, neto do embaixador Antonio Correa do Lago, que foi referencia de correção em sua geração. Por aí as coisas podem começar a mudar. Com gente nova.
*Aristóteles Drummond, jornalista, é vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Por Aristóteles Drummond, em 02/12/2011 - 00:01.

Aécio Neves : " Tancredo é motivo de orgulho para todos os brasileiros"

Entrevista do senador Aécio Neves no lançamento do filme "Tancredo, a Travessia"


Belo Horizonte - 27-10-11

Assuntos: Documentário "Tancredo, a Travessia", legado de Tancredo Neves, demissão do ministro do Esporte, corrupção no governo federal
Sobre a importância do documentário.
Na verdade, para todos os brasileiros. Principalmente, para as gerações mais jovens, que talvez não se lembrem com muita clareza que há 25 anos o Brasil vivia uma ditadura. Acho que é uma aula, uma aula de história. A nossa intenção, inclusive, é que esse filme possa ser visto nas escolas de Ensino Médio, nas universidades, porque o que construímos, o que nós conquistamos, eu digo nós, brasileiros, inclusive de gerações antes da minha, é algo muito valioso. Vivemos hoje na plena democracia, com acesso à informação, com as instituições funcionando, absolutamente livres. É uma conquista tão consistente, tão importante para o nosso futuro, que ela merece ser valorizada. E esse filme permite isso. Permite a valorização da nossa história, mostra a travessia, a dificuldade. Muitos ficaram pelo caminho, na verdade, para que hoje, sobretudo os mais jovens, possam viver num país que cresce, que se desenvolve economicamente e com suas instituições democráticas estáveis. Portanto, não é um filme familiar. Na verdade, Silvio Tendler já havia feita Jango, Juscelino, e agora ele completa uma trilogia, trazendo aos brasileiros a oportunidade de conhecer pela ótica, pelo olhar, pela história de Tancredo, o que aconteceu no Brasil nos últimos 50 anos.

O sexto ministro que cai, senador. Qual a avaliação que a oposição faz nesse momento? Vai ser um governo marcado pela corrupção, pelo menos no início?
Olha, eu dizia desde o início da formação do governo que essa lógica, pela qual o governo se compôs, não tinha condições de dar certo. Primeiro, o inchaço da máquina. Não se justifica, em um país como o Brasil, termos praticamente 40 ministérios. Estados Unidos, Inglaterra, por exemplo, tem de 15 a 18 ministérios. Não funciona, não há condições de você avaliar a ação dos ministros. Ainda mais com a lógica de entregar aos partidos políticos ministérios como se fossem feudos. Infelizmente, isso não aconteceu de ontem para hoje, é claro que o governo sabia o que estava acontecendo no Ministério do Esporte, como sabia o que estava acontecendo nos outros ministérios. O que, apenas, é que o chamado malfeito, para usar um termo que a presidente gosta de usar, é só enfrentado quando vira escândalo. A verdade é essa. Enquanto não vira escândalo, há uma certa complacência, o governo parece que convive bem com esse aparelhamento absurdo da máquina pública. Em relação ao Segundo Tempo, eu me lembro, que ainda eu era governo no meu primeiro mandato, procuramos o Ministério do Esporte porque eles cancelaram as parcerias com o Estado. Esse programa era em parceria com o Estado e o Estado fazia convênios com municípios apenas, exatamente com a intenção, obviamente, estamos vendo agora, não imaginava naquele tempo, de aparelhar como aparelhou. O resto é consequência disso. Infelizmente, é muito ruim para o Brasil que isso esteja acontecendo. Mas, enquanto não tivermos um governo que efetivamente invista em gestão pública de qualidade, que governo com planejamento, com coragem política para ousar nas reformas que não aconteceram, vamos assistir a isso, a cada dia um problema. E é um governo reativo. Nenhuma dessas denúncias, nenhuma dessas quedas de ministros se deu por uma ação do governo, por uma avaliação interna do governo, através de auditorias prévias, como fazíamos em Minas. Essas quedas de ministros não se deram porque a Controladoria-Geral da União denunciou esses problemas, identificou esses problemas. Não. Todas elas ocorreram por denúncias da imprensa, por pressão da opinião pública. O governo age reativamente. Enquanto não houver denúncia, está tudo bem. Infelizmente, o Brasil está perdendo um tempo enorme, de avançar com uma velocidade muito maior, com um governo muito mais eficiente.

E sucessão presidencial. Como chega lá?
Não tenho essa preocupação hoje. Temos uma agenda enorme a construir aqui em Minas Gerais, no Parlamento. E vou repetir aqui em homenagem ao Tancredo, vocês que são convidados, obviamente, para assistir o filme, ouvirão isso da própria boca dele: política é destino. E Presidência, mais do que qualquer outro posto, é mais destino ainda. Vamos trabalhar como temos feito e, obviamente, se esse desafio couber a mim ou a outro companheiro, cada um de nós tem que estar pronto para ele.

Qual o principal legado deixado pro Tancredo, tanto como homem público, como um cidadão comum?
Tancredo tinha duas características que se complementavam. Talvez a mais conhecida ou reconhecida é a do grande conciliador, o homem capaz de articular forças díspares, forças antagônicas em busca de um objetivo comum, como foi o processo de transição democrática. A mais bela obra política não apenas da história do Brasil, mas certamente da América Latina. Mas, ao lado do conciliador, do homem do diálogo, existia o homem corajoso. Aqui, vamos assistir vários episódios em que Tancredo, até do ponto de vista físico, pessoal, ficou ao lado da Constituição, ao lado da democracia, das liberdades. Foi assim enquanto ministro de Getúlio Vargas, no dia fatal, no momento em que Getúlio entrega a sua própria vida pela Constituição, Tancredo estava ao seu lado propondo a resistência pessoal. Depois, mais uma vez, na posse de Jango, ele no Parlamento, fisicamente, enfrentou o presidente do Congresso que declarou vaga à Presidência da República, enquanto Jango ainda estava em território brasileiro. Tem uma casa belíssima de Juscelino que vamos também assistir no filme, que Juscelino escreve de próprio punho, quando vai para o exílio, momento de dor para ele, ele diz que se lembra bem que a mão de Tancredo foi a última que ele apertou no momento em que ia para o exílio. Enfim, há uma série de acontecimentos que mostram que, ao lado do grande conciliador, existia também um homem extremamente corajoso, em defesa das suas ideias, daquilo em que acreditava. Nessa política de hoje, de tantas denúncias, essa política tão rasteira, esse aparelhamento da máquina pública como jamais se viu antes na história do Brasil, partidos políticos que crescem a cada dia, que surgem a cada dia, sem representar absolutamente nada, é bom lembrarmos que em um passado não muito distante, no Brasil, tivemos políticos que construíram as bases para que as nossas gerações construam um futuro melhor para todos. Tancredo é motivo de orgulho não para mim apenas como seu neto, para minha mãe, sua filha, para minhas irmãs, pros outros parentes. É motivo de orgulho para todos brasileiros.

Uma justa homenagem ao político Aécio Ferreira da Cunha, o mais importante defensor do Norte/Nordeste de Minas!



O governador Antonio Anastasia participou, nesta quinta-feira (2), na Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), em Montes Claros, no Norte de Minas, da inauguração do auditório deputado Aécio Ferreira da Cunha e das obras de revitalização e modernização da sede da entidade. Ao lado do ex-governador e senador eleito, Aécio Neves, Antonio Anastasia afirmou que as obras realizadas pela Amams são exemplo do bom uso dos recursos repassados pelo poder público estadual aos seus parceiros nos diversos municípios mineiros.
"Aqui, neste momento, estamos vendo o correto e adequado uso do dinheiro público através da inauguração deste auditório e da reforma da sede da Amams, feitos com recursos recebidos do Tesouro do Estado. Gostaria de cumprimentar o Norte de Minas por esse convênio realizado, implementado e ora inaugurado. Quero lembrar, de fato, como foi positiva a iniciativa da parceria entre o Governo de Minas e as microrregionais, que tanto valorizou os municípios e as associações", afirmou o governador.
Fortalecimento das associações
A construção do auditório e a reforma da sede da Amams foram viabilizados por meio de parceria com o Governo de Minas, que destinou R$ 1,6 milhão para a entidade. Do total dos recursos, R$ 800 mil foram destinados para construção do auditório e R$ 300 mil para revitalização e modernização da sede. Outros R$ 500 mil foram destinados à reforma do maquinário, compra de carros e reestruturação dos departamentos.
O Governo de Minas já repassou R$ 33,6 milhões para o Programa de Fortalecimento e Revitalização das Associações Microrregionais de Municípios, elaborado pela Superintendência de Associativismo Municipal da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru). Os recursos permitiram a melhoria da infraestrutura de 42 associações de municípios e foram utilizados em reformas, compra de novos equipamentos, obras de estradas vicinais para facilitar o escoamento de produção e o acesso às escolas, postos de saúde e comércio, fortalecendo o associativismo microrregional.
Homenagem
O auditório recebeu o nome do ex-deputado Aécio Ferreira da Cunha, pai do ex-governador Aécio Neves, falecido no início de outubro deste ano. A homenagem, segundo o presidente da Amams, prefeito de Patis, Valmir Morais, é um reconhecimento à dedicação do ex-deputado ao Norte do Estado para o qual sempre defendeu tratamento diferenciado.
Emocionado com a homenagem ao seu pai, mineiro de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, o ex-governador e senador eleito, Aécio Neves, ressaltou que foi ele o grande inspirador da criação da Secretaria de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan) e de outros projetos do Governo de Minas voltados para o desenvolvimento dessas regiões.
"Recebo essa homenagem feita ao meu pai Aécio Cunha com muita emoção. Aécio Cunha dedicou toda sua vida, mais de 32 anos como deputado e outros tantos como militante, em defesa dessa região. Até seus últimos dias de vida ele trabalhava para conseguir mais recursos para o Norte. Ele também foi um dos meus estimuladores para que nosso Governo, durante oito anos, investisse quase três vezes mais per capita no Norte, no Jequitinhonha, no Mucuri, do que nas regiões tidas como as mais ricas do Estado. Portanto, levo dele os exemplos de ética, seriedade e amor a esta região", disse Aécio Neves.
Para o governador Anastasia, a homenagem a Aécio Cunha é mais do que merecida. "Minha palavra é de cumprimento ao homenageado deputado Aécio Cunha. Ele nos transmitia a política verdadeira, aquela que vem do coração, que reflete a alma genuína de uma pessoa boa, de um cidadão de bem, de um homem íntegro em todos os sentidos, e que dedicou toda sua vida a fazer bem ao próximo. É preciso demonstrar gratidão àquele que se dedicou tanto a comunidades mais sofridas e que é um exemplo a ser seguido e honrado", destacou.

Nova sede da AMANS recebe Aécio e Anastasia para inauguração!

Amams recebe Aécio e Anastasia na inauguração da nova sede

É nesta quinta-feira ao meio-dia a solenidade de inauguração da nova sede da Amams - Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene com a participação do governador reeleito Anastasia e do senador eleito, Aécio Neves. A obra, que recebeu recursos do governo do Estado, através do programa de revitalização das associações, foi executada num período de 10 meses e dispõe de uma área de 415 m².
O Programa de Revitalização das Associações Microrregionais foi idealizado pela Amams e tem o objetivo de suprir as deficiências técnicas dos municípios e das associações, fortalecendo o associativismo microrregional e o municipalismo, aumentando a eficiência e a credibilidade das associações microrregionais, investindo nas suas sedes, na qualificação de profissionais, equipamento e maquinário. As 42 associações microrregionais do Estado foram beneficiadas com recursos da ordem de R$ 32,8 milhões.
Deste total de recursos disponibilizados às associações pelo governo do estado através da SEDRU-secretaria de estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana a Amams foi atendida com R$ 1,6 milhão, sendo R$ 800 mil para construção do auditório e R$ 300 mil para revitalização e modernização da sede, os outros R$ 500 mil foram destinados a reforma do maquinário, compra de carros e reestruturação do Departamento de Engenharia, Arquitetura e Projetos.
O novo auditório, que tem capacidade para abrigar cerca de 350 pessoas, vai receber o nome do ex-deputado federal, pai do ex-governador Aécio Neves, Aécio Ferreira da Cunha, falecido no último dia 3 de outubro.

Aécio Ferreira da Cunha, um exemplo de integridade na política nacional, faleceu em 3 de Outubro.




Amigos se despedem de Aécio Cunha, pai de Aécio Neves
Políticos de várias regiões do país levam homenagens e condolências ao senador Aécio Neves no velório do pai
Amália Goulart - Repórter - 4/10/2010 - 21:52
O ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB) velou nesta segunda-feira (4) o corpo do pai, Aécio Cunha, que faleceu no último domingo, vítima de insuficiência hepática. O tucano recebeu homenagens de personalidades políticas.
Passaram por Belo Horizonte, para prestar condolências a Aécio Cunha, o presidenciável José Serra, o governador de São Paulo, Alberto Goldman, o governador eleito daquele Estado, Geraldo Alckmin, o vice-presidente da República, José Alencar, o governador reeleito de Minas, Antonio Anastasia, além de outras lideranças mineiras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou para o senador eleito. "Quero agradecer de público", comentou Aécio Neves.
Durante a manhã desta segunda (4) havia filas para velar o corpo de Aécio Cunha na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Emocionado, Aécio Neves recebeu as homenagens ao lado da filha, Gabriela. "Meu pai foi um homem que marcou a sua trajetória política pela honradez, pela dignidade, uma construção que inspira não apenas a mim, mas a todos aqueles que tiveram o privilégio de conviver com ele. Essa demonstração de carinho, de afeto, que estamos vendo dos mineiros ao meu pai, é o maior legado que eu poderia receber", disse Aécio.
José Serra afirmou que fez questão de comparecer ao velório e também lembrou que pediu um minuto de silêncio ao comemorar o segundo turno presidencial, na noite de domingo, antes de seu discurso. "Conheci o pai dele, um homem correto, moderado, de boa índole. Um patriota. Foi seis vezes deputado federal. Um homem discreto", afirmou o tucano.
Geraldo Alckmin disse que também sentia a perda do companheiro de partido. "Trago o nosso carinho ao Aécio, a Andreia ( irmã do senador eleito) e a toda a família, e nosso sentimentos a Minas Gerais", completou ele.
Eleito governador com o apoio de Aécio Neves, Antonio Anastasia afirmou que Aécio Cunha "deixa como legado o filho".
Ao conceder entrevista coletiva, o senador eleito afirmou que sofria pela morte do pai, mas também estava satisfeito com a própria vitória nas urnas e com a vitória do senador eleito Itamar Franco (PPS). "Se, por um lado, meu coração está muito sofrido, por outro está confortado, porque, nos próximos quatro anos, vamos ter um homem digno e honrado cuidando dessa gente mineira. Foi uma belíssima vitória", afirmou Aécio Neves.
Ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT) estava presente no velório. Ele e Aécio foram aliados políticos quando ajudaram a eleger o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), mas estavam em lados opostos nestas eleições.
Pimentel perdeu a empreitada pela segunda vaga ao Senado para Itamar Franco, que foi apoiado por Aécio.
"Quero cumprimentar os nossos adversários, desejar-lhes boa sorte na sua caminhada, agradecer a presença aqui do ex-prefeito Fernando Pimentel. Uma demonstração de que em Minas quem brigam são as ideias, os projetos, e não as pessoas. É mais uma demonstração também da civilidade da vida pública mineira", agradeceu Aécio.
"Vim aqui render minha homenagem a Aécio Cunha, que foi um grande político, uma pessoa que prestou serviços relevantes ao longo de sua vida pública e trazer minha homenagem ao filho, Aécio Neves, meu amigo pessoal", justificou Pimentel.
Após o velório na capital, o corpo de Aécio Cunha foi cremado em Contagem, em cerimônia reservada a familiares e amigos.

Aécio Ferreira da Cunha, a descrição ética e o exemplo de integridade.

Roberto Elísio


A discrição ética
Durante os quase oito anos em que o filho Aécio Neves exerceu as elevadas funções de governador do Estado de Minas Gerais, o seu pai, ex-deputado Aécio Cunha, manteve uma posição absolutamente discreta e distante dos atrativos do poder. Compareceu, é claro, à posse perante a Assembleia Legislativa e à solenidade no Palácio da Liberdade, mas procurou conservar-se fora do alcance dos holofotes oficiais. Reapareceu agora, quando o filho se afastou do cargo em cumprimento a um dispositivo legal, desincompatibilizando-se para concorrer ao Senado da República, ou, quem sabe, além dele. Os rumos políticos são sempre imprevisíveis, principalmente quando passam por Minas Gerais.

Para quem conhece e acompanha já faz mais tempo as longas estradas da vida pública mineira, o sempre discreto comportamento do ex-parlamentar com origem em Teófilo Otoni não surpreendeu. Foi sempre avesso, por formação e ética pessoal, ao exercício das bajulações, muito menos ao falso fascínio das badalações sociais. Seria natural que buscasse o terreno oficial da influência política, pois, afinal, o governador do Estado era seu filho. Optou, todavia, pela equidistância, mantendo-se fiel aos deveres de cidadão e aos apelos da própria consciência. Não se conhecem indicações de Aécio Cunha para postos de destaque na administração nem instâncias em torno de possíveis favores oficiais. A discrição que revelou no início do governo, que agora chegou ao fim, foi mantida até o último dia do mandato que se encerrou na semana passada. Compareceu à posse e compareceu à despedida. Nada mais.

Nos primeiros anos do que se convencionou chamar de Nova República, o ex-deputado Aécio Cunha já havia se afastado da militância política, depois de ter sido eleito para a Câmara federal tantas vezes quantas foi candidato. O filho, na época, exercia o seu primeiro mandato junto ao Congresso, como herdeiro de uma respeitável tradição política. Do lado materno, era neto de Tancredo Neves; pelo ramo paterno, do ex-deputado e conceituado Tristão da Cunha, antigo militante do velho partido Republicano de Minas, comandado pelo ex-presidente Artur Bernardes.

Aécio, o pai, havia sido nomeado pelo presidente da República para ocupar o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União, função altamente remunerada e vitalícia: receberia os proventos atribuídos ao posto enquanto vivesse. Um jornal do Rio de Janeiro, no entanto - que na certa não conhecia o caráter do mineiro do Vale do Mucuri - cometeu a leviandade de dar uma nota, segundo a qual a sua nomeação para o TCU tinha por forçar o jovem filho deputado federal a votar favoravelmente aos projetos enviados pelo governo. Aécio Cunha não pensou duas vezes: no mesmo dia da publicação enviou ao presidente da República uma carta, renunciando, em caráter irrevogável, antes mesmo de tomar posse, à honrosa nomeação. Abriu mão do subsídio vitalício, mesmo nunca tendo sido um homem dotado de recursos financeiros mais generosos. Só não abriu mão de sua ética intocável e da dignidade pessoal que o acompanha ao longo do tempo. É uma figura que jamais deslustrou a história política de Minas.