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Aécio: "União fez todos os Estados ganharem menos do que poderiam ganhar"

AÉCIO NEVES
Senador da República - aecio.neves@senador.gov.br
A votação da proposta de divisão dos royalties do petróleo foi uma oportunidade perdida pela União para demonstrar solidariedade para com os Estados. Dificilmente teremos outra que reúna recursos significativos e, ao mesmo tempo, simbolize tanto o futuro.
Para quem não acompanhou o debate, explico. Em torno da questão dos royalties, existiam duas discussões. Uma tratava basicamente da divergência em torno da origem e da quantidade de recursos destinados aos Estados produtores e não produtores. A outra dizia respeito à Federação, ao tipo de país que queremos ser.
 A proposta do senador Dornelles era a que garantia mais recursos para todos os Estados - produtores e não produtores. Entendia que cabia às empresas do setor, em especial à Petrobras, pagarem participações especiais de forma mais apropriada e, assim, aumentar a receita em favor dos Estados, inclusive destinando a eles cerca de R$ 8 bilhões que caberiam à União.
Claramente, era a melhor proposta para os Estados produtores e também a melhor para os não produtores. A melhor proposta para Minas e para todos os Estados não produtores era também a melhor para o Rio e o Espírito Santo.
A liderança do governo federal optou, no entanto, pelo projeto que não aumenta o "bolo" de receitas oriundas da exploração de petróleo, mas apenas redistribui os mesmos recursos, de modo que os Estados produtores renunciem a receitas  significativas e, a União, a uma pequena parcela, em  favor dos não produtores, que, por sua vez, receberão menos do que poderiam.
 Ao apoiar essa proposta, a União preferiu privilegiar as petroleiras, cuja carga tributária vem diminuindo nos últimos tempos, enquanto a dos demais contribuintes vem crescendo.
Sentou-se à mesa como parte interessada, em vez de coordenar o debate como representante de toda a Federação.
Prevaleceram os interesses das empresas do setor, em especial da Petrobras, que se revelou uma empresa mais comprometida com resultados do que a serviço do país. Segundo os jornais, a Petrobras quer, agora, baixar a Cide, enquanto mantém o preço ao consumidor. Mas, como a Cide é compartilhada com Estados e prefeituras, estes pagariam parte da conta do subsídio ao setor. O bônus seria federal, e o ônus, da Federação.
A gigantesca concentração de receitas na órbita federal transfere essa discussão do âmbito da necessidade para a esfera da escolha. O governo federal escolheu, mais uma vez, o caminho da concentração de recursos em prejuízo dos Estados.
Com o projeto dos royalties aprovado no Senado, conseguiu-se ainda uma unanimidade: todos os Estados ganharam menos do que poderiam ganhar.
Se para os Estados não produtores é a garantia de receber recursos que não tinham antes, a proposta derrotada garantia mais. Pela proposta do senador Dornelles, R$ 11,5 bilhões seriam repassados ao conjunto dos Estados brasileiros. O projeto aprovado prevê R$ 9,2 bilhões. Ou seja, todos receberão menos do que poderiam. Minas terá R$ 46 milhões a menos.
Ao lado de outros 19 senadores, votei a favor da proposta do senador Dornelles. Diante da derrota da mesma, apoiamos o segundo projeto, vencedor, como forma de garantir recursos, ainda que menores, aos Estados. Apenas cinco senadores votaram contra essa proposta.
Ainda assim, não se trata de uma questão numérica, mas de visão de Estado e de país. O governo federal ganhou. A Federação perdeu.

Aècio Neves : " PT votou a favor da União e contra Minas e demais estados"

Aécio lamenta rejeição à proposta de Dornelles

Royalties.Senador explica que foi a base de governo que votou a favor da União e contra Minas Gerais
Publicado no Jornal OTEMPO em 22/10/2011
TELMO FADUL
Brasília. Embora tenham defendido uma nova distribuição dos royalties do petróleo, os senadores mineiros Aécio Neves (PSDB) e Clésio Andrade (PR) divergiram quanto ao texto que melhor representaria os interesses dos Estados não produtores. Enquanto o tucano - e toda a oposição - preferia o projeto oferecido por Francisco Dornelles (PP-RJ), Andrade fechou posição entorno do substitutivo de Vital do Rego (PMDB-PB), que, aprovado em plenário, segue à Câmara.

Aécio encampou a proposição do senador carioca porque, segundo projeções apresentadas por sua assessoria, seria mais vantajosa para Minas. Por ela, o Estado receberia R$ 791 milhões a título de royalties do petróleo em 2012. Já na solução de Vital do Rego - ainda conforme os números do ex-governador -, os ganhos do Estado cairiam para R$ 745 mi no ano que vem.
A compensação aos Estados seria maior no texto de Dornelles porque a União perderia uma fatia maior do montante que hoje recebe como royalties do petróleo.

A preferência pelo projeto de Francisco Dornelles chegou a ser votada, mas acabou rejeitada por 45 a 20 (votos dos senadores dos Estados produtores e dos representantes do PSDB e do DEM). Depois desse escrutínio, o substitutivo de Vital do Rego foi apreciado pelos senadores, sendo aprovado em votação simbólica - inclusive, com o beneplácito dos senadores de oposição.
"O PT e a base do governo devem explicações porque votaram a favor da União e contra Minas Gerais e os demais Estados", afirmou Aécio, para quem o texto do carioca "garantia, claramente, mais recursos para o conjunto dos Estados brasileiros". Petistas acusaram Aécio, pelo Twitter, de votar contra Minas e a favor do Rio de Janeiro .

Já o senador Clésio Andrade acompanhou as orientações dadas à base governista. A assessoria do mineiro não precisou o quanto Minas lucrará com a aprovação do projeto, já que os números mudarão, devido às alterações que a matéria sofreu em plenário.

Fonte:  Estado de Minas - 22/10/2011