
Pesquisa interna da sigla aponta que 25% dos eleitores não associam Pimenta da Veiga a Aécio Neves
ISABELLA LACERDA E LARISSA ARANTES
O movimento do voto casado em Fernando Pimentel (PT) para o governo de Minas e Aécio Neves (PSDB) para a Presidência da República, o chamado “Pimentécio”, vem ocorrendo nos bastidores da campanha em Minas, e o PSDB estadual já trabalha para evitar a confusão, que poderia tirar votos do candidato tucano Pimenta da Veiga ao Palácio Tiradentes.
Ontem, o candidato do PSDB não negou a existência do movimento, mas deixou claro que daqui para frente a ideia é destacar seu número nas urnas. “O número eleitoral vai esclarecer todas as posições. Pode ser que hoje ainda exista alguma confusão, mas nas semanas que faltam para a eleição, tudo vai ser feito em torno do número (do partido)”, afirmou.
Lideranças do PSDB acreditam que a associação entre Pimentel e Aécio não passa de uma confusão. Ela ocorreria devido à semelhança entre os nomes e seria reforçada pela aliança entre o petista e Aécio em 2008, na eleição de Marcio Lacerda (PSB) para a Prefeitura de Belo Horizonte. Pesquisa interna do PSDB aponta que 25% dos eleitores não associam Pimenta ao presidenciável tucano.
Indiretamente, Pimenta da Veiga acusou ontem o adversário petista de “esconder” seus verdadeiros aliados e padrinhos. Essa não é a primeira vez que o candidato faz esse tipo de afirmação. Recentemente, ele declarou que Pimentel não estava dando destaque para a presidente Dilma Rousseff em sua campanha. “Há uma tentativa de esconder os que apoiam a chapa adversária. Da nossa parte, temos uma grande honra dos aliados que temos”, assegurou.
Ao ser questionado sobre o voto “Pimentécio”, já ocorrido em Minas na eleição de 2010, quando Pimentel e Aécio concorreram a duas vagas ao Senado, o candidato petista demonstrou estranheza. Mas também não negou a existência do voto casado, nem desmereceu quem defende a dobradinha. “A questão do voto a gente tem que respeitar. O voto do eleitor mineiro não tem dono, rei, nem imperador. Se é assim, temos que respeitar a escolha do eleitor”, declarou.
Ele fez questão de garantir, porém, que defende uma vitória da presidente Dilma em Minas. “Trabalho na campanha da presidente Dilma para reelegê-la. Uma coisa é querer, outra é poder. O voto do mineiro irá para onde o mineiro achar melhor”, finalizou.