
Brasília - O senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG),
declarou ontem, em Brasília, que o "plebiscito nasceu morto e o governo
sabia disso". "Era uma forma de desviar a atenção da população das
questões centrais", afirmou o tucano, que provavelmente será um dos
adversários da presidente Dilma Rousseff na disputa eleitoral de 2014. "O
governo, quando criou a Constituinte exclusiva, que durou 24 horas, sabia que
ela era inviável. Quando apresentou uma proposta de plebiscito sobre temas tão
complexos em um prazo tão curto, sabia que era inviável. É um engodo",
acrescentou.
Aécio criticou o fato de o governo ter ouvido apenas aliados
e ter deixado de lado aqueles que, segundo ele, representam metade da população
brasileira, em referência aos políticos tucanos. Para o senador, falta diálogo
com a oposição para que a proposta da reforma política possa ir adiante.
"Lamentavelmente não é um pacto. É uma forma de mais uma vez transferir as
responsabilidades que são dela, que são do seu governo, do seu partido, para o
Congresso."
O tucano voltou a defender a realização de um referendo em
vez do plebiscito sugerido pelo Executivo federal, afirmando que a prerrogativa
de propor a consulta é do Legislativo: "Nós, congressistas, temos que
votar o tema da reforma política. E nós, da oposição, defendemos que, votada a
reforma política, possamos submetê-la a um referendo com as eleições do ano que vem".
Aécio disse ainda que o PSDB apresentará um conjunto de
ideias em reunião da executiva na terça-feira. "Vamos conversar com outras
forças partidárias já na próxima semana e estamos dispostos a construir uma
agenda no Parlamento para uma reforma política."
Estado de Minas