Aécio Neves/ Folha de São Paulo
Recentemente correu pelas redes sociais e foi divulgada em todo o mundo a informação de que, que em Aleppo, cidade devastada pela guerra na Síria, pais e mães pediam autorização a líderes religiosos para matarem suas filhas, como forma de pouparem suas crianças de brutalidades extremas.
É difícil imaginar desespero maior.
Há dias, um grupo de meninos e meninas órfãos gravou uma mensagem pedindo que as organizações internacionais os tirem de lá. Eles já perderam seus familiares nos bombardeiros diários e, impotentes, pedem socorro ao mundo.
As crianças são as maiores vítimas das guerras. Uma em cada oito crianças no mundo está nascendo em zona de conflito, em condições precárias de desenvolvimento. São gerações destinadas a uma vida sem saúde, sem educação, sem alegria. Até quando?
A resposta não é fácil, mas passa por uma revalorização da política como instância de negociação. Onde não há diálogo, impera o radicalismo. Esse ambiente árido e controverso nos deu, em 2016, exemplos de intolerâncias e violências.
A virada do ano é um momento de reflexão e sempre de esperança. Um mundo mais fraterno e solidário deveria ser o desejo de todos. É hora da política feita de forma maiúscula, madura, voltada para o bem comum. O que acontece em tantos e diferentes lugares é o atestado de uma falência moral e civilizatória.
Nós também temos a nossa cota de razões para permanente indignação. Não há Aleppos no Brasil, mas há centenas de municípios e imensas periferias onde cresce o abandono. Onde impera a violência, o tráfico de drogas, a falta de saneamento, a ausência de políticas públicas. Não por acaso, a taxa de violência no Brasil é comparada com a de países em guerra. Temos a nossa guerra particular que precisamos enfrentar.
Por isso mesmo, este é também um tempo de ação. De fé e de coragem. É gigantesca a capacidade de realização do homem. Em 2016, uma parceria de mais de mil cientistas dos Estados Unidos e de outros 14 países, incluindo o Brasil, comprovou as ondas gravitacionais previstas há um século por Einstein, abrindo caminhos para um conhecimento inédito sobre o Universo e sobre nós mesmos. Esse mesmo homem que identifica os ecos de eventos cósmicos precisa ser capaz de ouvir e responder aos gritos de socorro das crianças de Aleppo e de todo o planeta.
Em 2017, para buscar a paz no mundo e para construir um Brasil mais justo, que a boa política encontre seu lugar de relevância. Só assim poderemos atuar de forma mais efetiva na proteção dos mais frágeis contra todo tipo de covardia e na superação das injustiças que nos envergonham.
Recentemente correu pelas redes sociais e foi divulgada em todo o mundo a informação de que, que em Aleppo, cidade devastada pela guerra na Síria, pais e mães pediam autorização a líderes religiosos para matarem suas filhas, como forma de pouparem suas crianças de brutalidades extremas.
É difícil imaginar desespero maior.
Há dias, um grupo de meninos e meninas órfãos gravou uma mensagem pedindo que as organizações internacionais os tirem de lá. Eles já perderam seus familiares nos bombardeiros diários e, impotentes, pedem socorro ao mundo.
As crianças são as maiores vítimas das guerras. Uma em cada oito crianças no mundo está nascendo em zona de conflito, em condições precárias de desenvolvimento. São gerações destinadas a uma vida sem saúde, sem educação, sem alegria. Até quando?
A resposta não é fácil, mas passa por uma revalorização da política como instância de negociação. Onde não há diálogo, impera o radicalismo. Esse ambiente árido e controverso nos deu, em 2016, exemplos de intolerâncias e violências.
A virada do ano é um momento de reflexão e sempre de esperança. Um mundo mais fraterno e solidário deveria ser o desejo de todos. É hora da política feita de forma maiúscula, madura, voltada para o bem comum. O que acontece em tantos e diferentes lugares é o atestado de uma falência moral e civilizatória.
Nós também temos a nossa cota de razões para permanente indignação. Não há Aleppos no Brasil, mas há centenas de municípios e imensas periferias onde cresce o abandono. Onde impera a violência, o tráfico de drogas, a falta de saneamento, a ausência de políticas públicas. Não por acaso, a taxa de violência no Brasil é comparada com a de países em guerra. Temos a nossa guerra particular que precisamos enfrentar.
Por isso mesmo, este é também um tempo de ação. De fé e de coragem. É gigantesca a capacidade de realização do homem. Em 2016, uma parceria de mais de mil cientistas dos Estados Unidos e de outros 14 países, incluindo o Brasil, comprovou as ondas gravitacionais previstas há um século por Einstein, abrindo caminhos para um conhecimento inédito sobre o Universo e sobre nós mesmos. Esse mesmo homem que identifica os ecos de eventos cósmicos precisa ser capaz de ouvir e responder aos gritos de socorro das crianças de Aleppo e de todo o planeta.
Em 2017, para buscar a paz no mundo e para construir um Brasil mais justo, que a boa política encontre seu lugar de relevância. Só assim poderemos atuar de forma mais efetiva na proteção dos mais frágeis contra todo tipo de covardia e na superação das injustiças que nos envergonham.