Oposição de Minas quer evitar que Pimentel use seu cargo para atrapalhar a Justiça



Deputados cobram rito similar ao da Câmara dos Deputados para manifestação dos deputados sobre abertura de ação penal contra Pimentel, com voto no microfone

Desde que foi deflagrada a operação Acrônimo, Fernando Pimentel passou a figurar no centro de um esquema de corrupção e favorecimento ilícito em campanhas eleitorais do PT. De lá para cá, Pimentel foi indiciado e denunciado por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Agora, desde que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que os deputados mineiros devem autorizar a abertura de ação penal para investigar as denúncias, as atenções se voltam para a Assembleia Legislativa.

 Para mobilizar o cidadão a acompanhar o processo e cobrar que seu deputado seja favorável ao trabalho da Justiça, os oposicionistas lançaram um hotsite (www.minasdeverdade.com.br/operacaoacronimo) e vão usar as redes sociais para evitar que Pimentel use seu cargo de governador para atrapalhar o trabalho da Justiça.

“Enquanto o Brasil inteiro clama por Justiça contra qualquer ato de corrupção que tenha sido praticado por políticos, independente de seu partido, é inaceitável que algum deputado em Minas diga não às investigações. O STJ não está solicitando que a Assembleia julgue o governador, mas que autorize a abertura da ação penal para apurar as denúncias. Aquele parlamentar que votar pelo engavetamento da Operação Acrônimo estará manchando a história da Assembleia de Minas. E será cobrado logo pela população, em 2018, quando for pedir a confiança de seus eleitores para mais um mandato público”, afirma o deputado Gustavo Corrêa, líder da oposição na Assembleia.

Pimentel quer pizza

Além de uma linha do tempo da Acrônimo, o hotsite traz a lista de envolvidos no esquema de corrupção que teria sido instalado no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, quando Pimentel comandava a pasta, e manifestações públicas dos deputados mineiros – a favor ou contra a abertura do inquérito. A plataforma permite que o cidadão cobre de seu deputado um posicionamento.

A oposição vai usar também as redes sociais para alertar a população sobre a gravidade das denúncias e a movimentação na Assembleia para engavetar o processo. Todos os posts estarão marcados com as hashtags: #PIMENTELquerPIZZA e #operacaoacronimo.

Voto no microfone

O ofício encaminhado à Assembleia, que pede o aval dos deputados mineiros para abertura do processo penal, foi lido no Plenário no último dia 25, com prazo de até 30 dias para manifestação. Se os parlamentares votarem contra, o trabalho da Justiça será paralisado enquanto Pimentel ocupar o cargo de governador.

O rito processual da consulta à Assembleia será definido nos próximos dias. Como não há precedentes na Casa para esse tipo de processo, os oposicionistas defendem que seja similar ao previsto na Câmara dos Deputados, com voto no microfone do Plenário.

“Os mineiros têm o direito de saber se Pimentel deverá responder pelos crimes pelos quais é acusado, no período em que era ministro de Desenvolvimento da ex-presidente Dilma Rousseff. Vamos lutar para o processo não virar pizza na Assembleia. E vamos usar as redes sociais para mostrar para os mineiros quais deputados estão do lado da verdade e da Justiça”, afirma Corrêa.