Aécio sempre defendeu as "prévias" no PSDB. Discussão sobre candidatos agora só em 2018




Um dia depois de o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defender a realização de prévias para a escolha dos candidatos do PSDB em 2018, ontem foi a vez de o presidente nacional da legenda, Aécio Neves, tocar no assunto.

Ele não só ressaltou a importância de os tucanos terem um candidato próprio na disputa pelo Palácio do Planalto nas próximas eleições como admitiu participar da disputa interna para tentar mais uma vez chegar à cadeira de presidente – em 2014, ele foi derrotado no segundo turno por Dilma Rousseff (PT). “Quem chegar em melhores condições deve ser o candidato.

Ninguém pode ser um candidato porque resolveu ser candidato”, afirmou o tucano em entrevista coletiva em Belo Horizonte.

De acordo com Aécio, a realização de prévias não deve ser “temida” pelos tucanos, mas encarada como um processo que pode revitalizar o partido e permitir um conhecimento maior dos candidatos. “Pior é a opressão e o cerceamento de oportunidades”, disse o presidente do PSDB.

Segundo Aécio, há um compromisso dentro do partido para que a eleição para presidente seja discutida apenas em 2018.

As declarações sobre a disputa presidencial foram feitas ao ser questionado sobre a vitória em primeiro turno, em São Paulo, do candidato do PSDB a prefeito, João Doria.

O resultado é visto como um fortalecimento do governador de São Paulo, Geraldo Alkimin, padrinho político de Doria, e possível candidato a presidente em 2018. No domingo, logo depois do anúncio da vitória do PSDB na capital paulista, João Doria e Alckmin falaram sobre a importância das prévias para evitar que a escolha do candidato a presidente seja feita apenas pelos caciques da legenda. Enquanto Doria dizia que as prévias são uma demonstração de “democracia” ao permitir a quem não é da política a chance de ser candidato,

Alckmin enfatizou que é preciso “exercitar a escolha interna”. “A prévia não divide, ela escolhe. Você pode escolher em um grupo pequeno ou pode ampliar a escolha. Nós sempre defendemos ampliar a escolha.

Quando você ouve mais, erra menos”, disse. Rejeição Ao fazer um balanço do desempenho do PSDB nestas eleições, Aécio Neves disse que o resultado fortaleceu a legenda e mostra que o partido adotou o “lado certo” ao encampar o impeachment de Dilma Rousseff. “O PSDB recebeu em todo o Brasil 17,6 milhões de votos, enquanto o PT obteve 6,8 milhões. Isso é consequência do que aconteceu no Brasil nos últimos anos.

Manteremos a firmeza naquilo que acreditamos”, argumentou o tucano, que garantiu a permanência do PSDB no apoio ao governo de Michel Temer. Na avaliação do tucano, o grande derrotado das eleições foi o PT – e ele fez questão de apresentar ontem números sobre o desempenho dos candidatos petistas nestas eleições.

Somente de vereadores, a queda em todo o país foi de 44,8% – passando de 5.067 para 2.795. Já o número de prefeitos reduziu de 630 para 256. “Essa foi uma eleição difícil para todos. Houve uma rejeição a partidos políticos, mas saiu vitorioso quem manteve uma coerência de princípios”, ponderou.
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