Aécio garante a autonomia do Banco central






Com isso, haverá "política monetária adequada que controle a inflação e que permita ao Brasil voltar a crescer", diz candidato



O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, reafirmou na segunda-feira (29) que num governo seu "a autonomia operacional do Banco Central vai existir" e disse que a adversária Marina Silva (PSB) precisou dar sinais "um pouco mais radicais" aos mercados.

Com a maior parte de sua carreira política no PT, incluindo o tempo em que foi ministra no governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva, Marina defende em seu programa de governo a institucionalização da independência do Banco Central, medida que é vista com bons olhos por amplos setores dos mercados.

Essa proposta, no entanto, deu munição para pesados ataques da campanha da presidenteDilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT, alegando supostos efeitos negativos da independência formal do BC sobre salários e empregos. A petista defende a autonomia operacional do Banco Central.



Aécio Neves tira foto no meio dos eleitores durante caminhada em Uberlândia, no Triângulo Mineiro (29/9). Foto: Orlando Brito/Coligação Muda Brasil

Segundo Aécio, sua candidatura não precisa dar sinal nenhum sobre este tema.

"No nosso governo, a autonomia operacional vai existir", disse Aécio em entrevista em Uberlância (MG), no que pode ser visto como uma alusão de que ela não existiria atualmente.

"O perfil e a história dos companheiros que conduzirão a área econômica do nosso governo demonstram que o Banco Central terá a absoluta liberdade para fazer a política monetária adequada que controle a inflação e que permita ao Brasil voltar a crescer", acrescentou.

O tucano já anunciou que, se eleito, seu ministro da Fazenda será o ex-presidente do BC Armínio Fraga.

"Não temos necessidade de fazer sinais para ninguém, porque aquilo que nós estamos propondo é aquilo que nós realizamos, aquilo que nós estamos dizendo é aquilo que nós acreditamos."

Em Brasília, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, disse nesta segunda-feira ser favorável à autonomia formal do banco.

"Do ponto de vista estritamente técnico, sou favorável à autonomia legal de modo geral. E isso é uma regra de validade geral inclusive em relação ao Brasil", disse.