Aécio lança candidatura no Espírito Santo ao lado de Hartung





O candidato a presidente da República pelo PSDB, senador Aécio Neves, lançou no início da tarde desta quinta-feira (10) sua candidatura no Espírito Santo em um evento tumultuado no Centro de Convenções de Vila Velha. Muitos candidatos, militantes tucanos e curiosos se apertaram para tentar falar com o candidato.

O local escolhido ficou movimentado, o que atrapalhou, inclusive, o trabalho da imprensa. Aécio chegou atrasado, foi direto para o local do ato público, falou rapidamente com a imprensa e seguiu para a Praia do Suá, onde fez corpo a corpo e almoçou no tradicional restaurante São Pedro. Depois disso, Aécio deixou o Estado.

O candidato veio acompanhado pelo coordenador nacional da campanha, senador José Agripino Maia (DEM-RN), que fez o discurso mais direto contra o governo federal. Agripino destacou que o Espírito Santo é uma síntese do País e que o governo do PT está “surrupiando” o Estado. O senador destacou a produção industrial de celulose e minério de ferro, alegando que essa produção precisa de incentivo no âmbito federal.

Paulo Hartung também falou no encontro e destacou a convivência com Aécio quando ele era governador do Estado e o senador, governador da vizinha Minas Gerais. Disse que ele e Aécio têm perfis parecidos. “Acreditamos na combinação da política com P maiúsculo e na capacitação técnica, tanto que em Minas Gerais e no Espírito Santo trabalhamos com equipes de excelente qualidade”, o que levou, segundo Hartung, a ambos terem a melhor votação do País.

“Somos de uma mesma geração que acredita no planejamento, na organização, na gestão de qualidade. Somos inconformados com a ideia de que porque é poder pode ser de segunda ou de terceira, porque o dinheiro é público”, disse.

Em um discurso "abstrato", Hartung evitou confronto direto com o Dilma e com o governador Renato Casagrande. O discurso é conhecido sobre o que o grupo chama de isolamento do Estado. Hartung afirmou que o Estado contribuiu com o desenvolvimento do País, nas análises econômicas das unidades federadas, garantiu o ex-governador, o Espírito Santo sempre tem sinalização positiva.

O governador lembrou ainda o imbróglio dos royalties, em que o Estado viveu sob ameaça de perda dos recursos federais, o que chamou de brutalidade federativa. “A expectativa é que a relação de Brasília com o Espírito Santo mude e passe a ser de mão dupla”.

Depois de Hartung foi a vez de o presidenciável tucano falar à militância. Afirmou que o Estado foi o primeiro a ser visitado para lançar a campanha. Mas Aécio já fez campanha em São Paulo.

A ideia foi destacar o Estado como o início de uma caminhada à Presidência da República que lembrasse os passos do avô, Tancredo Neves, que segundo Aécio, há 30 anos iniciou sua candidatura a presidente, pelo Espírito Santo.

Na verdade, a história também não foi bem assim. Tancredo veio ao Estado na campanha, mas não foi o primeiro a ser visitado na época. O candidato destacou também a parceria entre Espírito Santo e Minas Gerais. Afirmou que Hartung é um dos políticos mais bem acabados e um dos melhores gestores do País.

Destacou ainda a “flexibilidade política” do ex-governador. Mesmo Hartung tendo governador com mão de ferro em seus dois mandatos, Aécio considera seu jeito de lidar com a classe política horizontal.

Aécio também atacou o governo federal, afirmando que Brasília tem uma política unitária, tornando o País dependente da decisão do governo central que determina o que é prioritário para o Brasil. Alfinetou ainda o aparelhamento petista, defendendo uma política baseada na meritocracia.