Muito simples : Para acalmar a base, Dilma troca seis ministros

Fonte: Diário do Congresso


Em meio à crise com integrantes da base aliada no Congresso, a presidente Dilma Rousseff anunciou ontem oficialmente seis mudanças ministeriais. Com a nomeação dos novos ministros, Dilma tenta tenta desarmar o espírito beligerante de parte dos aliados. Para isso, contemplou legendas que ameaçavam aderir ao “Blocão” de deputados insatisfeitos, que tem imposto derrotas ao Planalto na Câmara. Um desses partidos foi o PP, que anunciou que não fará parte do grupo de rebeldes. Na reforma ministerial, Dilma também manteve o atual espaço do PMDB – numa tentativa de selar a paz com a principal sigla rebelada. E mudou de última hora um dos nomes escolhidos para não desagradar aos peemedebistas.

INFOGRÁFICO: Veja quais são os ministérios que terão troca de comando

A novidade na reforma foi a nomeação para o Ministério do Turismo. Dilma resolveu escolher o gerente de assessoria internacional do Sebrae, Vinicius Nobre Lages, para a pasta. O preferido da presidente era Ângelo Oswaldo, do PMDB de Minas Gerais. Mas o nome de Oswaldo não foi bem recebido pela cúpula do partido.

O PMDB também manteve o Ministério da Agricultura, que será ocupado Neri Geller, atual secretário de política agrícola da pasta. Geller tem bom trânsito na bancada do PMDB da Câmara. Ainda assim, as nomeações para as duas pastas – consideradas “cota” dos deputados peemedebistas – foram realizadas à revelia da bancada.

Integrantes da cúpula do partido que estão alinhados com o Planalto, porém, buscaram ontem mostrar que as indicações de Dilma mostram que o PMDB está sendo atendido. Eles defenderam o fim do “Blocão”. “Esse pedido estamos fazendo há muito tempo, para que o PMDB volte à base. É um pedido que fazemos todos os dias para que a gente possa refletir e possa voltar a conversar”, afirmou o presidente nacional da sigla, senador Valdir Raupp (RO).

Posse

A previsão é de que a posse dos novos ministros ocorra na segunda-feira, às 10h, em cerimônia no Palácio do Planalto. A maioria dos ministros que deixam da Esplanada vai disputar as eleições deste ano. Pela Lei Eleitoral, eles teriam de sair do governo até o início de abril para poder se candidatar.