PT preocupado com queda de Dilma



Eleições 2014: recuperação da imagem de Dilma preocupa


Eleições 2014: sinal vermelho na pré-campanha do PT. Presidente estancou processo de recuperação da imagem e da avaliação do governo.

Sinal vermelho

Fonte: Valor Econômico

Dilma estanca recuperação de imagem

A presidente Dilma Rousseff estancou o processo de recuperação de sua imagem pessoal e da avaliação de seu governo, de acordo com a pesquisa de opinião pública divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) ontem. Segundo os levantamentos anteriores, do instituto MDA, Dilma ganhava popularidade após a brusca queda depois dos protestos de junho do ano passado. A aprovação do governo, que havia caído de 54,2% para 31,3% entre julho e setembro do ano passado, estava em 39% no levantamento de novembro. No deste mês o índice foi de 36,4%. A aprovação do desempenho pessoal de Dilma é positiva agora para 55% dos entrevistados.

Na sondagem de novembro, o índice era de 58,8%, depois de ter descido a 49,3% em julho de 2013. A interrupção se alinha com uma série de outros dados negativos para o governo. A pesquisa CNT destacou o ceticismo com que a opinião pública vê a realização este ano da Copa do Mundo no Brasil. Para os entrevistados, 75,8% dizem que os investimentos feitos foram desnecessários, 85,4% acreditam que haverá manifestações de grande porte durante a Copa e 50,7% dizem que não apoiariam a candidatura do Brasil, caso a escolha fosse feita hoje. Nada menos que 66,6% dos pesquisados disse não acreditar que as obras de mobilidade urbana para a Copa ficarão prontas a tempo do evento.

A expectativa dos entrevistados de melhora no nível de renda caiu de 35,4% para 32,2%, também interrompendo a recuperação que vinha desde o segundo semestre. A perspectiva de melhora nos serviços de saúde, área de atuação do candidato petista ao governo de São Paulo, o ex-ministro Alexandre Padilha, recuou de 35% para 26%, apesar da implantação do programa “Mais Médicos“, de contratação de profissionais do exterior.

Embora 93,4% dos pesquisados desaprovem ações violentas como a dos “black blocks“, 81,7% aprovam o direito de manifestação. A pesquisa foi realizada entre 9 e 14 de fevereiro, sob o impacto da morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido no Rio de Janeiro por um rojão atirado por um manifestante. O custo de vida aumentou para 77,2% dos pesquisados e aumentará ainda mais este ano para 71,8% da amostra.

O presidente da CNT, senador Clésio Andrade (PMDB), que tenta viabilizar a sua própria reeleição em Minas Gerais no palanque regional de Dilma em seu Estado, frisou diversas vezes na divulgação da pesquisa que acredita na realização de segundo turno nas eleições presidenciais deste ano, embora a mudança de percepção em relação a Dilma não transpareça na intenção de voto para a eleição presidencial de outubro.

Dilma obteve 43,7% da preferência dos entrevistados, uma variação insignificante em relação aos 43,5% de novembro. Seu principal adversário, o senador tucanoAécio Neves (MG) se enfraqueceu, caindo de 19% para 17,3%. O governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) oscilou de 9,5% para 9,9%. Na simulação que troca Campos pela ex-senadora Marina Silva (PSB-AC) e inclui Levy Fidelix (PRTB), Dilma fica com 40,7% enquanto a acriana consegue 20,6% e Aécio cai para terceiro, com 15,1%. “Há uma série de questões que aconteceram nos últimos meses que estão construindo uma sensação de pessimismo em relação ao futuro”, disse Clésio.

Para o segundo turno tornar-se algo palpável, entretanto, seria preciso uma transferência da ordem de dez pontos percentuais de Dilma para a soma de seus dois principais adversários. A evolução das intenções de voto nas últimas pesquisas tem indicado que Aécio e Campos não estão conseguindo capitalizar a insatisfação com a presidente. Apesar de 37,2% terem se declarado a favor de um próximo governo que “mude totalmente a forma de governar”, a soma de ambos não passa de 27,2%.

Campos não aumentou a difusão de seu nome. Seu grau de desconhecimento entre os eleitores permanece elevado e oscilou de 28,5% para 29,1%. O de Aécioaumentou de 14,3% para 16,2%.