FHC : Há uma articulação positiva entre Campos e Aécio "



A metralhadora giratória de FHC


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Nesses tempos de vacas magras, uma entrevista exclusiva e reveladora de um ex-presidente da República é algo precioso. Fernando Henrique Cardoso (foto, PSDB) resolveu analisar, para o jornalista Josias de Souza, a chance de eleição dos candidatos ao Palácio do Planalto. FHC foi cruel com Dilma Rousseff (PT), que outro dia o levou à África do Sul, para assistir às cerimônias fúnebres de Nelson Mandella.

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Por ora, só a presidente é realmente conhecida. Sem “ilusões” quanto à dificuldade da disputa, celebra uma novidade: “Pela primeira vez, houve um deslocamento de blocos do governo”. “Tanto a Marina quanto o Eduardo saem da base do governo e vão pro outro lado”. “A campanha vai forçar uma certa radicalização. E acho que há, pela primeira vez também, uma articulação positiva entre o Eduardo e o Aécio.”

Para FHC, ambos entenderam que precisam “somar forças”. Ao falar sobre a pretensa aversão de Marina Silva às alianças do PSB, de Campos, com o PSDB, FHC foi mais do que verdadeiro. Foi malvado: “A resistência dela é outra. Ela quer fazer o partido dela”, opinou FHC. “O objetivo da Marina não é eleger o Eduardo, é fazer a Rede. E ela quer ter candidatos que permitam que a Rede exista. Então, nesses estados em que ela tem candidatos que podem fazer alguma aglutinação, ela vai defender os interesses dela”.

Quanto à eleição de São Paulo para a sucessão de Geraldo Alckmin, FHC foi irônico, muito irônico. Reparem: “Lula já impôs ao PSDB os ‘postes’ Dilma e Haddad. Não receia que ele consiga fazer de Alexandre Padilha governador de São Paulo?”, pergunta o jornalista. E fulminou: “Tenho receio de outra coisa. Que o Lula, de tanto botar poste sem luz, acabe escurecendo o Brasil. É preciso evitar isso”.

Jornal do Comércio