Deputados da bancada ruralista estão sem paciência com Ricardo Salles



A principal queixa é com a condução contestável sobre a crise das queimadas de biomas do país
Por FRANSCINY ALVES
23/09/20 
https://www.otempo.com.br/

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles tem contestada a forma como conduz o Ministério do Meio Ambiente

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


A condução contestável sobre a crise das queimadas de biomas do país tem intensificado o movimento pela saída de Ricardo Salles do comando do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Deputados da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), uma das mais importantes do Congresso, têm dito que o ministro tem constrangido o Brasil internacionalmente e há um receio de afugentar o mercado de fora do país.


Como a coluna mostrou, a insatisfação com ele vem desde o início do mandato. Em Minas já há apoio do setor produtivo e tem representantes da área do Estado, com livre acesso pelo Palácio do Planalto, fazendo esse tipo de pressão. Eles avaliam que o principal entrave é o próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem uma simpatia por Salles e concorda com o “jeito” radical dele.

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O intuito é convencê-lo que há uma insatisfação generalizada contra ele: equipe econômica do governo federal, setor produtivo, ambientalistas, servidores da pasta, Judiciário e, principalmente, do centrão. Um agravante na situação de Salles é que ele tem causado prejuízo financeiro e atrapalhado negócios internacionais, principalmente com países europeus.

Há até mesmo uma análise de que ele tem ajudado “bastante” o setor ruralista com flexibilização de legislações ambientais, mas a vaidade do ministro impede que ele mantenha diálogo com os setores rural e agrícola do Congresso. Essa parte tem ficado nas mãos da ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

Exterior

A coluna mostrou, nesta semana, que no Itamaraty não há mais espaço para constrangimento quando se fala das queimadas no Pantanal e na Amazônia. A avaliação é que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) estão falando demais ao contestar dados de órgão federais e se mostram completamente perdidos.

É vista com preocupação ainda a informação dada por Mourão de que ele levará embaixadores de países que criticam a política ambiental brasileira para conhecer a Amazônia no final de outubro. Isso porque, sem medidas efetivas de preservação, a ideia que pode prevalecer é a de que o país não sabe cuidar de suas riquezas, o que pode trazer sérias consequências econômicas.