Um estudo realizado pela agência de classificação de risco Fitch revela que Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – três dos estados em situação econômica mais delicada em todo o país – teriam suas dívidas com instituições financeiras reduzidas pela metade caso privatizassem suas principais estatais. As informações são de matéria do jornal Valor Econômico desta segunda-feira (30), que também revela que os débitos financeiros somados desses estados chegam a R$ 70 bilhões, enquanto o valor patrimonial de suas nove maiores empresas públicas é de R$ 34 bilhões.
O economista e deputado federal Adérmis Marini (PSDB-SP) acredita que o levantamento da Fitch mostra o acerto da postura do PSDB ao defender um Estado mais enxuto e focado em atender a população nas áreas essenciais. Para o tucano, as privatizações são uma importante opção para ajudar a resgatar a saúde financeira dos estados que vivem mais intensamente a crise econômica que assola todo o país.
“O Estado mostrou que é ineficiente para gerir uma série de ações e muitas vezes está deixando em falta a parte de educação, saúde, segurança, que é o básico”, ressaltou o tucano. “Essa é uma bandeira que o PSDB mostrou que era necessária, e agora esses três estados que estão em condições financeiras muito difíceis mostram que a política do PSDB estava correta. Uma política de saneamento de contas públicas depende de você diminuir o tamanho do Estado para focar naquilo que é essencial para o cidadão”, acrescentou.
O parlamentar paulista também destacou a boa situação das contas públicas de São Paulo, estado administrado pelo tucano Geraldo Alckmin, que mesmo em meio à recessão fechou o ano de 2016 com um superávit primário de R$ 1,5 bilhão. Para Marini, o dado comprova que as medidas adotadas pelo PSDB para a gestão pública são bem-sucedidas.
“São Paulo é um oásis nessa situação. Isso mostra que a gestão do PSDB é eficiente, com responsabilidade com as contas públicas, que não atrasa pagamento de funcionário público, e fechando inclusive com superávit. Isso mostra a responsabilidade do governador Geraldo Alckmin e os governos do PSDB”, afirmou o deputado.
Como destaca a reportagem, entre os três estados, o Rio Grande do Sul é a unidade federativa com o maior número de ativos que poderiam ser privatizados, com seis empresas estatais citadas pelo estudo da Fitch. Na sequência, aparecem Minas Gerais, com duas empresas, e o Rio de Janeiro, com apenas uma.
No caso do governo de Minas Gerais, que é administrado por Fernando Pimentel (PT), as empresas destacadas como potenciais alvos de privatização são a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que juntas somam um patrimônio líquido de R$ 20,12 bilhões.
O deputado federal Caio Narcio (PSDB-MG) acredita que, no caso mineiro, as privatizações de nada adiantarão caso não haja uma boa gestão dos recursos públicos por parte do governo estadual, atualmente sob comando de Fernando Pimentel (PT). Na visão do tucano, tanto a Cemig quanto a Copasa são empresas que vivem boa situação financeira e que não deveriam ser repassadas à iniciativa privada apenas para cobrir os erros cometidos pela administração petista.
“A Cemig e a Copasa são empresas superavitárias. O que acontece aqui [em Minas Gerais] é que a gestão do governo atual é muito ruim, a crise está em todo lugar. Então não adianta privatizar as empresas para poder solucionar a dívida se eles não fazem a gestão para organizar. Vendem [as estatais] e daqui a pouco têm a mesma dívida de novo. O que precisa ter é coordenação de gestão. A curto e médio prazo, se eles continuarem administrando da maneira como estão fazendo, inclusive com as empresas públicas, a Cemig e a Copasa não vão estar mais saudáveis”, advertiu Narcio.
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