Vitória do PT de Minas se complica: BNDES pode ter favorecido Pimentel




PF suspeita que verbas do BNDES beneficiaram Pimentel quando ele era ministro

Alessandra Mendes - Hoje em Dia
Agência Brasil/Reprodução

A Operação Acrônimo, da Polícia Federal, investiga repasses feitos pelo BNDES para empresas de comunicação que teriam como beneficiário o governador de Minas, Fernando Pimentel. Segundo relatório da PF encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça, ao qual o Hoje em Dia teve acesso, as operações eram intermediadas pela empresa Oli Comunicação, de propriedade da primeira dama do Estado, Carolina de Oliveira. Na época dos fatos, Pimentel era ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, ao qual o BNDES é subordinado.

Conforme informações da PF, "o pagamento de vantagem indevida, por empresas que se relacionavam com o BNDES, ao então ministro utilizava interpostas pessoas - Oli Comunicação e Carolina Oliveira". Segundo o relatório, causa estranhamento a contratação da Oli por elevados valores considerando tratar-se de empresa sem grande renome no mercado.

Durante toda a sua existência, a Oli Comunicação teve somente um empregado registrado (entre 1/06/2012 e 21/08/2014), o qual recebeu como último salário R$ 1.096. Conforme a PF, "não é usual que uma empresa que recebe pagamentos da ordem de mais de R$ 100 mil por mês apenas de um cliente possa executar uma contraposição de valor agregado tão elevado somente com o labor de uma sócia-administrativa e mais um empregado".

Apenas a empresa MR Consultoria fez pagamentos à Oli, de 2012 a 2014, num total de R$ 2,4 milhões (uma média de R$ 800 mil por ano) por suspostos serviços de consultoria de comunicação e imprensa.

À época dos fatos apurados pela Polícia Federal, Carolina de Oliveira era uma jornalista de menos de 30 anos de idade e cuja experiência profissional limitava-se a vínculos com o grupo FSB Comunicação (de 2005 a 2009), e cujo maior salário foi de R$ 4.603.

"Tal situação só começou a se modificar após o vínculo de cerca de dez meses como assessora do presidente do BNDES, no período de fevereiro a dezembro de 2011. À época dos repasses do banco à empresa de comunicação de Carolina, Fernando Pimentel ocupava o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio", diz o relatório.