As montadoras têm recorrido às férias coletivas para equilibrar os estoques
Indústria mineira enfrenta queda generalizada em todos os setores pesquisados
Tatiana Moraes - Hoje em Dia
Fiat/Divulgação
O faturamento da indústria mineira desabou em abril, conforme o levantamento Indicadores Industriais (Index), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), divulgado nesta quarta-feira (3). No confronto com março, a receita do parque industrial do Estado fechou em queda de 7,14%, já descontados os efeitos de variações sazonais.
Todos os 16 setores pesquisados apresentaram recuo do faturamento no mês, o que não acontecia desde o início da série histórica, em 2007. No acumulado do ano, houve retração de 14,46%.
Política econômica
Segundo o presidente do Conselho de Economia e Política Industrial da Fiemg, Lincoln Fernandes, a retração na indústria é reflexo das políticas adotadas pelo governo federal, em especial as elevações consecutivas da taxa básica de juros, a Selic, que freiam a produção e travam investimentos.
Com a demanda em queda, o nível de emprego recuou 3,44% no acumulado dos quatro primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período de 2014, e 1,75% de março para abril.
Um dos principais responsáveis pela redução das horas trabalhadas no Estado, o segmento Veículos automotores registrou queda de 20,96% em abril, no confronto com março. A Fiat, por exemplo, deu duas férias coletivas a grupos de dois mil funcionários em Betim neste ano. A Mercedes Benz recorreu ao lay-off na planta de Juiz de Fora.
Efeito cascata
A falta de ânimo da indústria para investir afeta diretamente o setor de máquinas e equipamentos, que registrou queda de 16,71% no faturamento entre março e abril. Nos primeiros quatro meses do ano, houve recuo de 52%.
“Como fornecemos para as indústrias, a retração na economia é péssima para os setor”, lamenta o diretor regional da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos em Minas Gerais (Abimaq-MG), Marcelo Veneroso.
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