Entrevista Uol : Aécio diz que tomará as medidas necessárias sem visar popularidade


Reinaldo Canato -UOL


Aécio diz que tomará medidas "necessárias" sem visar popularidade
Do UOL, em Brasília e em São Paulo

O UOL e a Folha, com o SBT e a rádio Jovem Pan promovem nesta quarta-feira (16) uma sabatina com o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, que também foi governador de Minas Gerais

Candidato ao Palácio do Planalto pelo PSDB, o senador Aécio Neves (MG) afirmou nesta quarta-feira (16) que irá adotar medidas "necessárias" para o Brasil e que não pretende "governar de olho nas curvas de popularidade".

Em sabatina promovida pelo UOL e pelo jornal "Folha de S.Paulo", em parceria com o SBT e a rádio Jovem Pan, o tucano, porém, desconversou quando perguntado sobre quais medidas seriam essas.

Aécio negou ainda que tais ações sejam impopulares e aproveitou para atacar o atual governo, da petista Dilma Rousseff, candidata à reeleição, dizendo que é ele que adota medidas pouco populares na economia.

"Não existem medidas impopulares, são medidas necessárias. Eu tomarei medidas necessárias (...) para botar o Brasil no caminho do crescimento. Quem mais é penalizado, são aqueles que o governo julga proteger. O aumento real do salario mínimo [deste ano] é de 1%", disse. "Eu não vou governar de olho nas curvas de popularidade."




16.jul.2014 - O UOL e a Folha, com o SBT e a rádio Jovem Pan promovem nesta quarta-feira (16) uma sabatina com o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, que também foi governador de Minas Gerais Leia mais Reinaldo Canato/UOL
Bastidores

Houve fila para entrar no auditório do Teatro Folha, no shopping Higienópolis, onde ocorre a sabatina.

Entre os políticos presentes, estão Andrea Matarazzo, o deputado federal Orlando Morando, José Aníbal, e o vereador Floriano Pesaro.

Aécio é sabatinado pelos jornalistas Josias de Souza (UOL), Ricardo Balthazar ("Folha"), Kennedy Alencar (SBT) e Patrick Santos (Jovem Pan).
Nas pesquisas de intenção de voto, o tucano tem aparecido em segundo lugar. Na última pesquisa Datafolha, divulgada no começo do mês, ele estava com 20%.


Manterei programas que dão certo, diz Aécio sobre Bolsa e Mais Médicos

O candidato à Presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta quarta-feira (16) que, se eleito, pretende manter os programas sociais do governo do PT, como o Mais Médicos e o Bolsa Família.

"Política é copiar o que dá certo e aprimorar, nós vamos manter e aprimorar. Não há nenhum constrangimento nisso", declarou.
O tucano disse que pretende pagar aos doutores cubanos do programa Mais Médicos o mesmo valor que os estrangeiros, mas não responde como vai fazer isso durante sabatina realizada pelo UOL e pela "Folha", com o SBT e a rádio Jovem Pan.

Os médicos do programa do governo federal de outras nacionalidade ganham em média R$ 10 mil e os cubanos US$ 1.245, ou cerca de R$ 3.000 líquidos. Os cubanos representam 80% da força de trabalho do Mais Médicos.

"A questão do Mais Médicos é importante sim, não tem porque não reconhecer, mas não pode ser tratada como uma panaceia, não é justo para com os brasileiros. O PT assumiu em 2003, o governo gastava 54% com saúde. Passaram 11 anos e a participação é de apenas 45%. Treze mil leitos foram fechados (...) não houve planejamento.

Após ser questionado como Aécio faria para equiparar os salários já que isso alteraria o programa como é hoje, o candidato evitou explicar como isto seria possível. Durante toda a pergunta, o candidato não respondeu de forma objetiva como será reformulado, caso seja eleito.

"O que eu não permitirei é que haja discriminação em relação aos cubanos. Médicos estrangeiros são bem-vindos. [O que se tem que fazer] é criar cursos de qualificação para que os médicos se submetam ao Revalida e que recebam a mesma remuneração. O Brasil precisa estabelecer um acordo em outro nível. O governo brasileiro financia o governo cubano, nós vamos financiar os médicos cubanos"

Segundo o candidato do PSDB, o acordo com os médicos cubanos será reavaliado. "Vamos estabelecer acordo através da Organização Pan-Americana da Saúde com outras regras e não vamos aceitar as regras impostas por Cuba. Vamos dar a qualificação para que os médicos possam se submeter ao Revalida, mas não vamos cometer o equívoco de subscrever a questão da saúde pública ao Mais Médicos, mas pela qualificação e financiamento."

O tucano também disse que irá manter o Bolsa Família em seu governo, como "programa de Estado", o que irá retirar o programa da pauta eleitoral.

O candidato tucano iniciou nesta semana uma ofensiva na internet, com o lançamento de um portal e de uma conta no Twitter.