Foto Carreata em Divinópolis !
Entrevista do candidato à presidência da República, José Serra, e do governador Antonio Anastasia, candidato à reeleição
Assuntos: Metrô de Belo Horizonte, Aeroporto Internacional Tancredo Neves e Programa de Ensino Profissionalizante do Governo de Minas
Serra – Vim hoje com muita alegria aqui, para inaugurar esse nosso comitê na rodoviária. É uma mobilização grande, alegre, uma campanha conjunta, que vamos fazer com muito empenho, muito espírito leve, nos próximos meses. E que há de nos levar, se Deus quiser, à vitória. Estou em Belo Horizonte, quero falar aqui de uma questão que é fundamental em BH. Que é metrô. Está parado durante toda esta década. Eu estava dando uma entrevista há pouco e as pessoas reclamavam disso. Belo Horizonte precisa ter o seu metrô ampliado. Havia uma proposta do Aécio Neves, combinando ação do governo do Estado, da prefeitura, do governo federal e da iniciativa privada. Isso não andou, o metrô aqui é federal. É uma questão fundamental para a população e para a Copa também. Belo Horizonte vai ter um belo estádio pronto que é o Mineirão. Agora precisa ter metrô, precisa tocar a questão do anel viário, que é fundamental para Belo Horizonte, que já é uma cidade grande. E paralelamente melhorar o aeroporto de Confins, que está injustificadamente parado. Com R$ 200, R$300 milhões esse aeroporto seria ampliado, teria um terminal, teria mais pista. No entanto, obra parada também. Belo Horizonte precisa muito desses três investimentos. Quando eu digo Belo Horizonte quero dizer a Grande Belo Horizonte, trata-se de toda essa região. São investimentos, como é o caso de Confins, que aumentam o emprego, que aumenta a atividade econômica e que também torna muito mais confortável o turismo e prepara a cidade bastante para a Copa do Mundo.
Candidato, queria que o senhor comentasse a questão de Minas Gerais ser o segundo maior colégio eleitoral do país. É importante para o senhor estar aqui, conversar com os mineiros?
Olha, eu tenho estado e vou estar em todo o Brasil. Agora, claro que em Minas tem uma atenção especial, pelo peso demográfico, mas não só isso. Pelo peso cultural, pelo peso econômico que Minas tem. E pelo peso político. Então, o peso político de Minas, o peso demográfico, o peso econômico, o peso cultural exige que a gente venha aqui com muita frequência e eu faço isso com especial satisfação. Faço muito à vontade, porque gosto muito de Minas, e porque tenho aqui amigos da nossa campanha, da nossa disputa, o Aécio e o Anastasia, muito próximos. Quero dizer o seguinte: eu, presidente da República, vou ser um presidente amigo de Minas. Vou estar muito próximo.
Governador, as críticas que o seu vice vem fazendo, bem pesadas, nos últimos dias ao PT. O PT já disse até que pode entrar na Justiça contra isso. É um caminho possível mesmo, bater tanto assim?
Os esclarecimentos a respeito do que disse ou que não disse o próprio Índio da Costa fará. Agora, de toda maneira, aí nós estamos discutindo opiniões, alguns podem gostar, outros não gostar. Há uma coisa mais séria, que é quebra de sigilo. Que afronta a Constituição. Prática de crime, que é quebra de sigilo de tucanos. Um largo para baixaria eleitoral. Essa questão precisa ser apurada, ir para a Justiça e ser resolvida ali na Justiça, porque é um crime muito grave, como vários outros que têm sido praticados cercando a toda essa história de dossiê.
A ligação do PT com o narcotráfico, que que o senhor acha disso? A ligação que ele fez...
Serra - A ligação do PT é com as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas. Todo mundo sabe, tem muitas reportagens, tem muita coisa. A Farc é uma força ligada ao narcotráfico, isso não significa que o PT faça o narcotráfico.
(Pergunta inaudível)
O PT faz uma coisa sempre interessante, quando pratica algo ilegal com alguém, a vítima passa a ser culpada. Quando condenado pela Justiça, a Justiça passa a ser culpada. É realmente uma capacidade de metamorfose sensacional. Mas que tem muita pouca credibilidade, francamente.
O Lula não é candidato à presidência. A partir de 01 de janeiro ele não é mais presidente da República. Não é entorno dele que a campanha está centrada. O que eu realmente gostaria é que os atuais candidatos pudessem trocar idéias, pudessem debater, se apresentar, para que a população possa julgar com mais consciência o seu voto em outubro. Possa decidir com mais elementos esse voto, porque é muito importante para o futuro do país. O que for resolvido agora nessa eleição, tem muito haver com o futuro do Brasil. E o presidente que for eleito governará. Ninguém governará por ele. Ele terá que enfrentar situações sempre delicadas, terá que saber como tocar o Brasil, até para que as conquistas obtidas se mantenham e aqueles pontos que o Brasil ficou para trás: investir na saúde, segurança, mesmo educação, possam ser preenchidos. Que a gente possa recuperar esse atraso e o Brasil ir para frente. É aquilo que eu sempre tenho dito. O Brasil pode mais. E pode muito mais na segurança, na saúde e na educação. Naquilo que mantém a vida, que é saúde e segurança, e naquilo que promove o futuro, que é a educação.
Sobre ensino técnico
Eu falei que vou lançar o Protec, que é um ProUni para o ensino técnico. Hoje tem ProUni para estudantes que vão para uma faculdade privada e não têm dinheiro para pagar. O que eu quero, também, é o Protec, que dê uma bolsa para os alunos que querem ter uma qualificação profissional e não têm dinheiro para pagar escola.
Governador Anastasia
Nós temos em Minas o PEP, que é o Programa de Educação Profissional, que é exatamente isso: usar a rede privada e filantrópica, comprando vagas boas para o ensino qualificado e técnico de acordo com as prioridades e vocações de cada região. Já temos mais de 100 mil alunos da rede estadual nesse caso.
José Serra
Isso significa que vamos poder fazer muito rapidamente no governo federal, porque já vamos ter toda a tecnologia, toda a maneira de fazer, aqui de Minas
