De olho em 2014, Tucanos apoiam Maia e se comprometem por escrito com Sergio Guerra na Presidência do PSDB.


Aliado do governador Geraldo Alckmin (SP), o deputado federal Duarte Nogueira foi eleito ontem por consenso o líder da nova bancada do PSDB na Câmara dos Deputados a partir da próxima legislatura, que assume em 1º de fevereiro. Na reunião, os tucanos manifestaram apoio à eleição do deputado Marco Maia (PT-RS) para a presidência da Casa e assinaram lista de apoio à recondução do senador Sérgio Guerra (PE) – que assumirá mandato de deputado – no comando do partido.
Definido pelos colegas como conciliador, Nogueira prometeu orientar a bancada a uma oposição “consistente, organizada e propositiva”. Segundo ele, “não só o ex-governador José Serra, mas a sociedade brasileira é que está pedindo uma oposição mais dura”.
A gestão de Guerra na presidência do PSDB vai até maio. Aliados de Serra tinham expectativa de eleger o ex-governador para o cargo, de onde ele poderia comandar a oposição até 2014. A postulação dos serristas não foi feita formalmente e é rejeitada por aliados do senador eleito Aécio Neves (MG). Alguns deputados disseram ter recebido telefonemas de Serra para conversar, mas sem qualquer pedido de apoio.
Pela capacidade de diálogo de Sérgio Guerra com todo o partido, sua permanência no comando da sigla é vista como importante para tentar equilibrar a disputa entre os grupos de Serra e Aécio, ambos defendidos por respectivos aliados como pré-candidatos a presidente em 2014.
“Existem algumas ansiedades [no partido] no tocante a antecipar as escolhas do futuro. A manutenção do Sérgio gera estabilidade nessa discussão e cria um ambiente de melhor diálogo para o partido como um todo”, disse Nogueira, que foi líder do governo anterior de Alckmin na Assembleia Legislativa (2001 e 2002).
O novo líder afirmou que Aécio “é um nome que entusiasma muito o PSDB”, mas o partido precisa se unir para conseguir convergência de toda a oposição. Considerou uma “virtude” o partido ter outros nomes para disputar a Presidência da República. ”O partido tem que oferecer, no momento certo, aquilo que for melhor para ter não só expectativa de poder, mas ter o poder”, afirmou. Segundo ele, “todos os governadores” do PSDB serão importantes no processo.
Na reunião, Guerra defendeu oposição “mais eficiente” a Dilma Rousseff. Afirmou que o enfrentamento a Lula, feito no Congresso, nem sempre tinha visibilidade, por repercutir menos do que as declarações do ex-presidente. “Fica essa interpretação de que a oposição foi dura ou mole, para frente ou para trás. Mas só tem uma oposição. E ela vai ter que ser mais eficiente, porque seremos menores nessa legislatura”.
O apoio dos tucanos à eleição do deputado petista Marco Maia para presidir a Câmara deve-se ao respeito ao critério da proporcionalidade das bancadas. O PT, como elegeu o maior número de deputados, tem direito a indicar o presidente. O cargo também é disputado pelo deputado Sandro Mabel (PR-GO). Ontem, ambos estiveram na reunião dos tucanos – Mabel para pedir voto e Maia, para agradecer o apoio já recebido. Ambos se encontraram e se abraçaram.
A bancada escolheu também o nome de Eduardo Gomes (TO) para ocupar um posto na Mesa Diretora da Casa – primeira vice-presidência ou primeira secretaria, dependendo da opção que o PMDB (segunda maior bancada, atrás do PT), fizer antes. Logo após a confirmação do seu nome, Duarte indicou Paulo Abi-Ackel (MG) para ser líder da minoria, que reúne todos os partidos de oposição.