Aécio no Senado segundo analistas mineiros



Em MG, analistas apostam em Aécio no Senado

Fonte: Cesar Felício – Valor Econômico
Em Minas Gerais, a aposta generalizada é a de que Aécio Neves será candidato a senador no próximo ano. Uma vez eleito, procuraria ganhar projeção nacional propondo um novo alinhamento entre forças partidárias para a próxima década. E nesse sentido, Aécio procuraria manter independência em relação a José Serra.
Com visões divergentes sobre o processo eleitoral em Minas Gerais, o cientista político especializado em Poder Legislativo e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Carlos Ranulfo de Melo; e o sociólogo e diretor do Instituto Cultiva, Organização Não-Governamental (ONG) que presta consultoria na área de educação, Rudá Ricci, convergem sobre a aposta em relação ao futuro do governador: Aécio tende a intensificar a emulação com a figura do avô, o falecido presidente TancredoNeves. E dificilmente sairá do PSDB.
Também são céticos, por motivos diferentes, sobre o potencial de Serra em obter um resultado expressivo em Minas Gerais. Ambos acreditam que parte do eleitorado disposto a votar em Aécio migrará para seus adversários.
Serra começa sua trajetória eleitoral em Minas exatamente do lugar onde o candidato tucano em 2006, o também paulista Geraldo Alckmin, parou. Três dias antes de Aécioretirar sua candidatura, uma pesquisa no jornal “O Tempo” mostrou Serra com 40% em Minas, seguido por Dilma Rousseff (PT) com 15,7%; Ciro Gomes (PSB) com 10,8% e Marina Silva (PV) com 4%. No primeiro turno de 2006, Alckmin também teve 40% no primeiro turno em Minas, enquanto Lula alcançou 50,1%. Já foi um avanço em relação a 2002, quando Serra obteve 22,8% em Minas, frente a 53% de Lula.
Neste fim de semana, o jornal “Folha de S. Paulo” publicou pesquisa do Datafolha mostrando a diminuição da diferença entre Serra e Dilma. O tucano consegue 37% e a petista, 23%. Ciro alcança 13% e Marina, 11%. A pesquisa foi feita após a veiculação da propaganda do PT na televisão, que divulgou Dilma. Já a do PSDB foi dividida entre Serra e Aécio.
Entre os aliados de Aécio Neves, ainda persiste a dúvida sobre o caráter definitivo de sua decisão. “O jogo não acabou. Vai continuar. Vamos aguardar os desdobramentos. Corre-se o risco de chegarmos em março e, conforme estiverem as pesquisas, novas desistências ocorrerem no PSDB”, afirmou o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), um dos interlocutores do governador mineiro na sexta-feira.
No seu primeiro fim de semana como ex-candidato presidencial, Aécio procurou fazer uma viagem de caráter simbólico: esteve no sábado em Setubinha, município com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. No mesmo dia, foi a Bonito de Minas, no Vale do Jequitinhonha, que é o quarto menor IDH mineiro. Em ambas, estava acompanhado do virtual candidato tucano a governador, o vice-governador Antonio Anastasia. Em entrevista, Aécio afirmou que “sequer cogita” ser vice de Serra. O grau de empenho do governador na eleição em Minas é outra discordância entre os dois cientistas sociais mineiros ouvidos pelo Valor.
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