Twitter, Facebook, Instagram, Tik Tok, Youtube, são os nomes quentes de hoje. Mas ao buscar um nome para o meu Blog lembrei-me que quando criança gostava de DROPS MISTO. Aquele que tinha vários sabores, várias cores. Talvez um conjunto de sabores me diz melhor sobre a diversidade da vida. Sou cineasta porque o cinema trabalha com muitas formas de expressão artística. Essa diversificação de interesses será o tema de nosso Blog onde conto com vocês para um animado debate de temas atuais.
Midia Clássica versus Midia Digital
Profissionais de comunicação discutem transformações no jornalismo
O sistema tradicional de mídia trabalha com a informação empacotada e distribuída para canais muito bem definidos - jornais, revistas, TVs e rádio. No ambiente digital, especialmente em razão das redes sociais – com seu fluxo infinito de dados e a interação de todos com todos -, o contexto da comunicação é modificado brutalmente.
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O resultado disso é que as empresas de mídia se veem diante de questionamentos cruciais. São eles: qual a melhor forma de apresentar o conteúdo nos canais digitais, como trabalhar com a informação em fluxo e - eis a pergunta que tira o sono dos executivos de mídia - como gerar receita no meio digital de modo a sustentar os negócios.
“A mídia tradicional sempre lidou com a informação formatada e um ritmo de informação sistematizado. Esse modelo mudou com as redes sociais”, afirmou a professora da Universidade de São Paulo Beth Saad , mediadora do painel “ A crise da mídia tradicional. Quem vai publicar as notícias que vão alimentar a conversa?”
“O modelo baseado na geração de fluxo - o digital - não é o mesmo daquele que se escora no tráfego e na audiência, que é o da mídia tradicional. Por enquanto, esses dois sistemas devem conviver no mercado”, completa. “Mas é preciso saber quem vai pagar a conta pela produção de conteúdo daqui para frente. Além disso, as companhias de mídia devem entender como funcionam as redes sociais e o que fazer com elas”, diz Beth.
Se as perguntas são inúmeras, as respostas são escassas, na avaliação predominante dos participantes do painel, que contou com a participação de Mariza Tavares, diretora nacional de jornalismo da rádio CBN; Hélio Gurovitz, diretor de redação da revista Época ; Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo O Estado de S. Paulo; e Caio Tulio Costa, jornalista, professor universitário e consultor de novas mídias.
Mariza Tavares destacou o fim das fronteiras para o rádio na era digital. “Com a digitalização, ampliamos nossa audiência, pois podemos ter ouvintes também na internet."
O ponto de partida de Gandour foi negar “o suposto antagonismo entre 'nova' e 'velha' mídia”. “Não acredito na dúvida contida na pergunta do painel”, afirmou, referindo-se à indagação “Quem vai publicar as notícias que vão alimentar a conversa?”. “Essa questão dá a idéia de que a função da mídia tradicional, daqui para frente, será alimentar as novas tecnologias, que seriam vistas como espaço de relacionamento."
Gurovitz seguiu a trilha aberta por Gandour. “Não gosto dessa oposição entre 'nova' e 'velha' mídia. Parece coisa de desenho animado. Trata-se de uma avaliação pobre”, disse. “Devemos observar que esta não é a primeira mudança brutal na história da mídia. Talvez a mudança mais significativa ainda seja a dos tipos móveis”, reforçou.
O debate tornou-se apimentado a partir do depoimento de Caio Tulio Costa, que discordou de Gandour e Gurovitz. “Há cerca de 500 anos nossa indústria não via uma mudança dessa profundidade. Trata-se de uma mudança estrutural e de qualidade. Antes a comunicação era unilateral. Hoje, multilateral”, disse, arrancando aplausos da plateia.
A resposta de Gandour veio seguida de uma provocação. "Eu e o Caio Tulio somos amigos há 20 anos. Por isso posso dizer que ele, como ex-jornalista, alimenta o falso antagonismo entre 'velha' e 'nova' mídia. E isso é perigoso."
Sem perder o bom humor, Costa reafirmou sua posição e retrucou. "Concorco com quase tudo que o Gandour diz", referindo-se à defesa da produção jornalística de qualidade no meio digital, feita pelo colega durante o painel. "Só não concordo quando ele me chama de ex-jornalista", ironizou. Desta vez arrancou não só aplausos, mas também umas boas risadas da plateia.