Filho de Durval Ângelo é preso e deputado acusa militar de abuso de autoridade
Cristina Barroca - Hoje em Dia
Arquivo/Durval Ângel
O filho de 18 anos do deputado estadual Durval Ângelo (PT) foi detido por desacato à autoridade na noite de segunda-feira (29), em Contagem, na Grande BH. De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O.), o rapaz teria sido abordado pela Polícia Militar (PM) durante atendimento a uma ocorrência de roubo e teria se recusado a colocar as mãos na cabeça para sair do veículo onde estava com os amingos. Esse procedimento é padrão, segundo a PM. Em alguns momentos, o rapaz teria chamado os militares de "folgados" e dito: "vocês não sabem com quem estão mexendo", conforme informações do Boletim de Ocorrência.
Durval alega que houve abuso de autoridade e que o filho teria sido, inclusive, ameaçado de morte por um militar dentro da 133ª Companhia. "Eu te conheço e sei onde você mora", teria dito o policial ao garoto. O deputado disse ainda que o filho vai fazer exame de corpo de delito e que o caso vai ser apurado. "Abuso e desacato de autoridades são dois crimes que se emparelham", emendou o parlamentar, afirmando ainda que o policial responsável pela ameaça já teria sido identificado.
A PM teria sido acionada para uma ocorrência de roubo e tinha como referência um veículo Palio que estaria sendo usado por bandidos para cometerem assaltos no bairro Fonte Grande, em Contagem. Durante rastreamento, uma viatura deparou com um veículo semelhante parado em frente a uma residência com um grupo de jovens dentro. Os militares deram a ordem para que todos desembarcassem do veículo com as mãos na cabeça, no entanto, o filho do deputado teria sido o único a sair com as mãos para baixo na altura da cintura.
Ainda segundo o B.O, os militares insistiram para que o rapaz colocasse a mão na cabeça, mas ele respondeu com um riso e continuou a desrespeitar a ordem da PM. O deputado contou ao Hoje em Dia, que o filho dele voltava da escola, quando foi parado por militares com armas em punho, que o ordenaram a encostar na parede. Segundo ele, o jovem obedeceu e, em algum momento, teria pedido para abaixar as mãos porque não era bandido. Ainda conforme Durval, teria sido esse o motivo da detenção. "Não foram encontradas drogas, armas, ninguém havia bebido, meu filho é habilitado, apesar de não ser ele na direção. Não encontraram nada de errado com ele", completou.
O documento registrado pela PM relata que o garoto de 18 anos "resistiu ativamente" às buscas e tentou de "diversas formas" se desvencilhar da abordagem. "Vocês são uns folgados, como todos seus outros amigos. E acham que são autoridades", teria dito o filho de Durval Ângelo, segundo o B.O.. Foi dada a voz de prisão ao jovem pelo crime de desacato. Ele ainda teria resistido à prisão usando de força física, por isso foi algemado.
Os amigos o acompanharam até a companhia da PM, de onde se deslocaram até a Delegacia de Polícia Civil de Contagem, onde também compareceu Durval Ângelo para prestar esclarecimentos. De acordo com os outros rapazes que também foram abordados pela PM, diz o B.O., em nenhum momento eles foram maltratados e classificaram a abordagem como "normal".
O major Gilmar Luciano, chefe da sala de imprensa da Polícia Militar, disse que "o deputado conhece bem a PM e sabe o que tem que ser feito nesses casos". Ele explicou que qualquer cidadão que entender que a conduta de um militar é criminosa, deve formalizar uma reclamação na corregedoria ou ir direto ao Ministério Público para que seja aberta uma portaria e assim apurada a denúncia.
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