Para onde vai Marina?



EM DIA COM A POLÍTICA – Bertha Maakaroun

Para onde vai Marina e a sucessão ao Planalto?

http://impresso.em.com.br/app/noticia/cadernos/politica/emdia/2014/08/15/interna_politica,124829/para-onde-vai-marina-e-a-sucessao-ao-planalto.shtml

As negociações internas não serão fáceis, pois Marina tem uma visão muito mais à esquerda do que a cúpula do PSB

A substituição do socialista Eduardo Campos pela vice da chapa, Marina Silva, é quase que o caminho natural ... Quase. A composição não é fácil. Marina não é PSB, está no PSB. Durante a campanha, tem acumulado tensões que eram mediadas pelo socialista. Em Minas, bateu pé por uma candidatura própria ao governo do estado, impedindo que o PSB apoiasse o tucano Pimenta da Veiga. Em São Paulo, fez de tudo para evitar a aliança entre o PSDB de Geraldo Alckmin e o PSB de Márcio França. Acumulou diferenças em outros estados e com os financiadores do agronegócio, que apoiavam Campos…


As negociações internas não serão fáceis, pois Marina tem uma visão muito mais à esquerda do que a cúpula do PSB – como de resto muito mais verde do que a do seu último partido, o PV. Os seus parceiros tradicionais e correligionários são da Rede, não do PSB. Mas ela tem trunfos. O primeiro são os seus votos na eleição presidencial de 2010, que quase tiraram José Serra (PSDB) da disputa do segundo turno. Há também o tempo curto para a substituição e o horário eleitoral gratuito a exigir definições rápidas, vai ao ar na terça-feira que vem...


Sem plano B que antevisse o tamanho da tragédia, e tendo à mão uma candidata com a densidade eleitoral de Marina Silva, se o PSB de fato quer levar adiante a estratégia de se viabilizar como uma terceira via, que ponha fim à polarização entre o PT e o PSDB, marca registrada dos últimos 20 anos da política nacional, não tem alternativa. Não escolhê-la seria fatal para a legenda. O irmão de Eduardo Campos, o advogado Antonio Campos, já entendeu isso e divulgou ontem carta em defesa de sua candidatura. O tempo, neste caso, será senhor da decisão.


Mas a pergunta que não quer calar não é se Marina substituirá Campos na chapa, mas sim se Marina mudará o jogo eleitoral. Com a sua provável entrada, a pergunta se impõe. Mas a resposta nem tanto...