
Por Raymundo Costa
Para o PSDB, a neutralização de Lula é importante para a
oposição complicar a reeleição de Dilma Rousseff. Em síntese, Lula é o PT e o
PT é Lula. Mas na base aliada do governo já se discute a hipótese de Dilma ter
se descolado eleitoralmente de Lula. O consenso é que a manutenção da atual
situação econômica será suficiente para a presidente ganhar mais quatro anos no
Palácio do Planalto.
O PT, ao contrário, entende que eleitoralmente não existe
Dilma sem Lula. O ex-presidente é o elo entre o PT e Dilma que, se for
enfraquecido, pode até se romper. Dilma não foi escolhida candidata a
presidente por ser do PT, mas por ser lulista. Não é por acaso que o PT agora
procure armar uma trincheira para proteger o ex-presidente da República de
constrangimentos recentes e de acusações tardias sobre o seu conhecimento da
compra de votos no Congresso, o chamado esquema do mensalão.
Pela posição que ocupa no governo, é no mínimo questionável
a decisão de Gilberto Carvalho de convocar os militantes do PT às ruas para
defender Lula dos "ataques sem limites" feitos ao líder maior.
Refere-se, o ministro, ao depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público
Federal, no qual afirma que Lula não apenas sabia do mensalão, como também teve
despesas pessoas financiadas pelo esquema, e à Operação Porto Seguro, da
Polícia Federal, que estourou um ninho de tráfico de influências instalado no
gabinete da Presidência, em São Paulo.
Preocupado, PT quer renovar pacto que elegeu Dilma Rousseff
Valor Econômico /Raymundo Costa