Base aliada dividida entre Lula e Dilma

Disputa por 2014 começa na base aliada

Por Raymundo Costa

Para o PSDB, a neutralização de Lula é importante para a oposição complicar a reeleição de Dilma Rousseff. Em síntese, Lula é o PT e o PT é Lula. Mas na base aliada do governo já se discute a hipótese de Dilma ter se descolado eleitoralmente de Lula. O consenso é que a manutenção da atual situação econômica será suficiente para a presidente ganhar mais quatro anos no Palácio do Planalto.

O PT, ao contrário, entende que eleitoralmente não existe Dilma sem Lula. O ex-presidente é o elo entre o PT e Dilma que, se for enfraquecido, pode até se romper. Dilma não foi escolhida candidata a presidente por ser do PT, mas por ser lulista. Não é por acaso que o PT agora procure armar uma trincheira para proteger o ex-presidente da República de constrangimentos recentes e de acusações tardias sobre o seu conhecimento da compra de votos no Congresso, o chamado esquema do mensalão.

Pela posição que ocupa no governo, é no mínimo questionável a decisão de Gilberto Carvalho de convocar os militantes do PT às ruas para defender Lula dos "ataques sem limites" feitos ao líder maior. Refere-se, o ministro, ao depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público Federal, no qual afirma que Lula não apenas sabia do mensalão, como também teve despesas pessoas financiadas pelo esquema, e à Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que estourou um ninho de tráfico de influências instalado no gabinete da Presidência, em São Paulo.

Preocupado, PT quer renovar pacto que elegeu Dilma Rousseff
Valor Econômico /Raymundo Costa