
A procura de leis estéticas da antiguidade é uma tendência justificada e necessária sem a qual seria difícil criar uma arte verdadeiramente grande, e impossível de conhecer as leis da forma artística.
Marx chamou aos gregos “ filhos normais” da humanidade e viu nas grandes obras da arte antiga “ normas e modelos inacessíveis” . É certo que para Marx esta norma só era valida “ a certos respeitos”.
Marx exige o estudo preciso e concreto das condições especificas de que nasceram , sobre a base de determinada realidade social, o conteúdo e as formas de determinado período artístico.
Marx exige também o conhecimento preciso das formas que podem ser empregadas em determinado período da evolução artística e do “ processo” possível de utilização.
Ele nos diz : “ A dificuldade reside na formulação geral destas contradições. Uma vez que são especificadas, são também explicadas”
A atitude idealista de Goethe e de Schiller, impede-os de realizar essa especificação de forma conseqüente.
Marx nos fala de que a “ produção capitalista é hostil a certos ramos da produção espiritual em geral tais com a arte e a poesia “
Todos os artistas modernos importantes sentiram essa hostilidade
O período da Revolução Francesa e da revolução industrial significa uma cisão profunda na estética e na arte burguesa moderna. Dessa forma o romance moderno cessa e da lugar a uma reflexão consciente e forçada sobre o caráter problemático da existência e das formas artísticas que lhe correspondem.
Esta reflexão coloca-se sobre uma linha dupla. Trata-se do entrelaçamento de dois problemas : Ou se deve deduzir do estudo da antiguidade o sistema das leia artísticas , ou esse conhecimento deve nos ajudar a encontrar um sistema de leis gerais com o auxilio do qual se possa construir mesmo agora uma arte clássica.
Tratar-se-ia de ultrapassar o “ caráter socialmente problemático da atualidade burguesa “ por uma criação que renovasse as formas antigas de arte.
( George Lukacs em Goethe et son Époque)